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Snowden denuncia que agentes compartilhavam fotos íntimas interceptadas pela NSA

Imagens eram vistas como “benefícios adicionais” em cargos de vigilância

Internacional|Do R7

Snowden deu entrevista ao jornal The Guardian
Snowden deu entrevista ao jornal The Guardian

Refugiado em Moscou, na Rússia, há pouco mais de um ano, Edward Snowden virou um foragido da Justiça americana após vazar detalhes de programas secretos de vigilância. As informações que conseguiu, porém, ainda estão longe de chegar a um fim.

Em entrevista publicada no último fim de semana pelo jornal britânico The Guardian, Snowden declarou que militares americanos que trabalhavam na Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) às vezes compartilhavam entre si como diversão as fotos sexualmente explícitas que interceptavam.

Há um ano, Snowden chegava em Moscou como um refugiado da Justiça americana

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Na entrevista, Snowden declarou que a maioria dos dados que a NSA possui sobre as comunicações não é de alvos específicos, mas de pessoas comuns — de nossos vizinhos, dos amigos de nossos vizinhos, de nossos parentes. São dados sobre os momentos mais profundos e intensos e íntimos de suas vidas, que são vasculhados sem nenhuma autorização ou motivo.

Segundo o ex-técnico da NSA, a organização tem registros de todas as atividades dessas pessoas comuns — a localização de seus celulares, o registro de suas compras, as mensagens de texto privadas, as ligações, o conteúdo de suas ligações (em alguns casos), o histórico de transações. A partir de tais dados, é possível criar um registro quase perfeito de todas as atividades de um indivíduo.


Muitas das pessoas que trabalham procurando por algo nesse mar de informações são garotos jovens entre os 18 e 22 anos. Eles se encontram em uma posição de extrema responsabilidade, mas nem sempre respeitam a intimidade daqueles cujas informações interceptaram.

“Se, durante o expediente, eles encontram algo que não tem nada a ver com o seu trabalho, como fotos íntimas de nudez ou de alguém em uma situação sexual comprometedora, mas que são atraentes, o que fazem?”, exemplifica Snowden. “Viram-se em sua cadeira e mostram o que encontraram a um companheiro de trabalho. E o colega diz: ‘Nossa, demais. Envie isso ao Bill’. E o Bill manda ao George, que manda ao Tom e, cedo ou tarde, a vida privada inteira dessa pessoa foi invadida por esses garotos”.


De acordo com Snowden, esse tipo de prática nunca é registrada porque a fiscalização é incrivelmente fraca dentro da organização. No entanto, isso é uma violação da privacidade dos cidadãos.

O americano acredita que a mera interceptação dessas comunicações é errada. É uma violação de direitos civis o fato de as imagens íntimas e registros de uma vida pessoal terem sido retirados das comunicações privadas e entregues ao governo em vez de ao destinatário a que foram enviados, sem autorização específica ou necessidade.

Snowden diz que casos como o citado ocorrem mais ou menos a cada dois meses — dependendo da companhia, podem ser menos ou mais frequentes. Mas, estranhamente, são vistos como “benefícios adicionais” em cargos de vigilância.

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