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Sobe para 638 o número de mortos em dia de violência no Egito

Um dia após massacre policial de quarta-feira (14), país é palco de novos confrontos violentos

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Homem utiliza aromatizador de ambiente para amenizar cheiro de cadáveres, que estão empilhados em Mesquita
Homem utiliza aromatizador de ambiente para amenizar cheiro de cadáveres, que estão empilhados em Mesquita Homem utiliza aromatizador de ambiente para amenizar cheiro de cadáveres, que estão empilhados em Mesquita

Alguns egípcios passaram a quinta-feira (15) tentando identificar os corpos de familiares, algum deles mutilados, que foram mortos ontem durante os violentos combates entre as forças de segurança e os apoiadores do presidente deposto Mohamed Mursi. O dia de maior violência civil na história moderna do Egito deixou ao menos 638 pessoas mortas, segundo o mais recente levantamento feito pelo governo local.

Em nota divulgada hoje no fim do dia, o Ministério da Saúde do Egito informou que ao menos 638 pessoas morreram ontem em todo o país em razão da crise política.

Desse total, 378 mortes foram registradas no Cairo, onde as forças de segurança agiram com violência para desmantelar dois acampamentos organizados pela Irmandade Muçulmana, organização islâmica que levou Mursi ao poder e que vem organizando as manifestações.

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O confronto na capital atiçou os ânimos em outras partes do país, que foi tomado por embates violentos.

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Seguidores da Irmandade dizem que o número de mortos é bem maior e que centenas de cadáveres ainda não foram contabilizados.

O cenário pode se agravar ainda mais porque, segundo o Ministério do Interior, as forças de segurança voltarão a usar munição real para repelir quaisquer ataques a seus agentes ou a prédios públicos.

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A mais recente crise política no Egito se iniciou em 3 de julho, quando o islamita Mursi foi destituído por um golpe militar — somente um ano após ser eleito.

Desde então, várias cidades do Egito foram tomadas por apoiadores da Irmandade Muçulmana para exigir a volta do presidente, que segue detido pelas Forças Armadas. O país vem sendo comandado por um governo interino, com apoio do Exército.

Dia é marcado por novos confrontos

Um dia após os violentos combates, o Egito registrou hoje novas manifestações contra o governo provisório, mas sem que se repetisse a violência da véspera. Em Alexandria, segunda maior cidade egípcia, centenas de participantes de uma passeata gritavam: "Vamos voltar, em nome dos nossos mártires!".

Gehad el Haddad, porta-voz da Irmandade, disse que a ira dentro do tradicional movimento islâmico, que tem milhões de seguidores no Egito, está "fora de controle".

— Após os golpes, prisões e mortes que estamos enfrentando, as emoções estão altas demais para poderem serem guiadas por qualquer um.

A Irmandade convocou seus seguidores para uma passeata no Cairo na noite de quinta-feira, e os funerais dos mortos desta semana podem motivar novos confrontos nos próximos dias.

No Cairo, a agência de notícias Reuters contou 228 corpos, a maioria envolta em mortalhas brancas e disposta em fileiras no chão da mesquita Al Imam, na zona nordeste do Cairo, perto do acampamento onde a repressão foi mais violenta.

A mesquita havia se transformado em um necrotério, lembrando as cenas de uma batalha na Primeira Guerra Mundial. Profissionais médicos jogavam incensos acesos nos blocos de gelo que cobrem os corpos e pulverizavam aromatizante de ambientes para disfarçar o mau cheiro.

Alguns homens retiravam as mortalhas para revelar corpos semicarbonizados, com crânios esmagados. Mulheres se ajoelhavam e choravam ao lado de um cadáver. Dois homens se abraçavam às lágrimas.

Esses corpos, empilhados ali em decorrência da lotação dos necrotérios e hospitais, não entraram na contabilidade oficial de mortos, a qual inclui também mais de 40 policiais.

Na praça em frente à mesquita, milhares de pessoas estavam reunidas. "O Exército e a polícia são uma mão suja!", era um dos gritos da multidão.

No bairro de Giza, partidários de Mursi atearam fogo a um edifício do governo local. A TV estatal disse que dois policiais foram mortos em um ataque contra um posto de controle na área.

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