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Após 6 anos, ações sobre helicóptero dos Perrella seguem sem solução

Dois processos de desvio de dinheiro público envolvendo a aeronave ainda estão em andamento na Justiça em Belo Horizonte e não tiveram conclusão

Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da RecordTV MInas

Helicóptero foi apreendido em novembro de 2013, em Afonso Cláudio (ES)
Helicóptero foi apreendido em novembro de 2013, em Afonso Cláudio (ES) Helicóptero foi apreendido em novembro de 2013, em Afonso Cláudio (ES)

Seis anos após o helicóptero da família Perrella ter sido flagrado com 450 kg de cocaína, no Espírito Santo, dois processos sobre desvio de dinheiro público envolvendo a aeronave ainda não tiveram desfecho na Justiça, em Belo Horizonte.

Em 2013, a Polícia Federal interceptou o helicóptero utilizado pelo então senador Zezé Perrella e pelo seu filho, Gustavo Perrella, ex-deputado estadual, com quase meia tonelada de pasta da droga em uma fazenda na cidade de Afonso Cláudio, a 150 km de Vitória.

Segundo depoimento do piloto Rogério Almeida Antunes, à época, a aeronave saiu da cidade de Avaré (SP) carregada com a droga e fez duas escalas, em São Paulo e Divinópolis, a 130 km de Belo Horizonte, antes de pousar na fazenda, já em território capixaba.

Após dois meses de investigação, a PF concluiu que o piloto, que havia sido contratado pela família, foi o responsável pelo transporte da droga e inocentou os donos da aeronave. 

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Retorno ao futebol

No intervalo de seis anos, o mandato de Zezé Perrella no Senado terminou em 2018 e Gustavo se candidatou a deputado federal no ano seguinte ao escândalo, mas não conseguiu se eleger. Ele teve 56 mil votos. 

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Pai e filho, então, abandonaram a política e voltaram a atuar no futebol. Zezé, hoje é gestor do futebol do Cruzeiro, clube que já presidiu. Já Gustavo é diretor de Projetos Estratégicos da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Em 2016, ele ocupou o cargo de Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, no Ministério do Esporte, durante o governo de Michel Temer. 

Perrella já se envolveu em escândalo com helicóptero com cocaína

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Após o escândalo, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) investigou irregularidades envolvendo o uso do helicóptero e denunciou o então deputado estadual Gustavo Perrella por duas vezes.

Perrella era deputado na época do escândalo
Perrella era deputado na época do escândalo Perrella era deputado na época do escândalo

Em um dos processos, o MP sustenta que o piloto Rogério Almeida Antunes foi funcionário fantasma da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, com o consentimento do parlamentar.

Na outra ação, Gustavo Perrella é acusado de usar verbas da Assembleia para abastecer o helicóptero para viagens que não têm relação com o mandato. As duas denúncias foram aceitas pela Justiça em Belo Horizonte.

Na última semana, o jornalismo da RecordTV Minas teve acesso aos documentos dos processos. Os casos estão longe de um julgamento final. 

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Os processos

O processo envolvendo a denúncia de que o piloto era funcionário fantasma da Assembleia sequer chegou à fase de instrução, quando as partes são ouvidas pela Justiça. Intimado diversas para prestar esclarecimentos, Gustavo Perrella não foi encontrado pelo oficial de Justiça.

Segundo a documentação, Gustavo "nunca está em casa, viajou ou mudou de endereço". Em defesa prévia, por escrito, o ex-deputado admitiu que o piloto prestava serviço voando no helicóptero, no entanto, em horário diverso do expediente na Assembleia Legislativa.

Em relação à acusação de uso irregular de verba indenizatória da Assembleia Legislativa para abastecer o helicóptero, o processo está na fase de oitivas de testemunhas e também não tem data para um desfecho.

Segundo o Ministério Público, Gustavo Perrella abasteceu o helicóptero com dinheiro público 21 vezes para realizar viagens sem relação com mandato parlamentar. O MP cita casos de voos durante o período de férias dos deputados, dois abastecimentos em um mesmo dia e em finais de semana.

Interrogado pelo MP, o piloto da família disse que a aeronave era utilizada para viagens à praia, chácaras e para a fazenda da família, localizada em Morava Nova de Minas, a 300 km de Belo Horizonte.

Respostas

Em relação à acusação de manter o piloto como funcionário fantasma da Assembleia, a defesa de Gustavo Perrella disse que já apresentou defesa prévia nos autos e que as acusações do MP são inverídicas e infundadas. Afirmou também que a ação segue o trâmite previsto em lei e, quando devidamente citado, sua contestação, acompanhada das provas cabíveis, será regularmente apresentada.

Por fim, destacou que o processo é impulsionado pelo MP e que Gustavo Perrella nunca se recusou a depor ou esclarecer a verdade dos fatos, tendo comparecido perante o Ministério Público e o Poder Judiciário sempre que devidamente intimado para tanto.

O advogado que acompanha o processo de uso irregular de verba da Assembleia para abastecer o helicóptero não se manifestou. 

Já a Justiça de Belo Horizonte informou que processos de improbidade administrativa têm um desfecho mais demorado.

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