Em 22 de outubro do ano passado, o advogado Jayme Eulálio de Oliveira foi morto a tiros quando chegava em casa, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O carro da vítima, que tinha 36 anos, foi cercado por dois homens que atiraram mais de 40 vezes. Oliveira morreu na hora. A polícia, até hoje, não desvendou o crime.
A morte violenta do advogado foi uma das 73 registradas naquele mês na capital mineira. De acordo com a Seds (Secretaria de Estado de Defesa Social), 878 pessoas foram assassinadas durante o ano de 2013 em BH. Não é possível fazer uma comparação com anos anteriores já que apenas no último ano o órgão incluiu o número de vítimas nos chamados Informativos dos Índices de Criminalidade Violenta do Estado, divulgados mensalmente.
Crimes violentos disparam 22% em Minas em um ano
Segundo o mesmo índice, as ocorrências de homicídios na capital cresceram 7,3%: em 2013 foram 844 crimes contra 786 no ano passado. Os casos também aumentaram nas análises de Minas Gerais - 6% - e da região metropolitana de Belo Horizonte, onde houve 7,3% mais registros.
Para o secretário de Estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, dois fatores estão diretamente ligados ao aumento da criminalidade não só na capital, mas em todo o Estado: o afrouxamento da legislação para pessoas que cometeram crimes de menor potencial ofensivo, sobretudo roubos, com a possibilidade de um maior número de pagamento de fianças e o envolvimento de jovens com a criminalidade.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Márcio Martins Sant'Ana, afirmou que o tráfico e uso de drogas contibuem para o aumento da violência. O policial acredita que a questão "extrapola a segurança pública", já que envolve também saúde pública e desenvolvimento social.
Prevenção
A Polícia Civil informou que vai intensificar as ações de repressão contra quadrilhas que atuam principalmente no tráfico de drogas, explosões de caixas eletrônicos e saidinhas de banco. Para isso, novos policiais serão contratados e uma delegacia móvel será instalada durante a realização da Copa do Mundo, entre junho e julho.
Procurada pela reportagem, a comandante do policiamento da capital, coronel Claudia Romualdo, informou que estava em uma reunião e não poderia comentar os números divulgados pela secretaria.