Motores de sucção, bateias, tapetes e compressores, enchadas, pás e picaretas. Todo o aparato era usado para extrair minério de forma ilegal no Rio Gualaxo, em Mariana, na região central de Minas. Imagens, que a reportagem teve acesso, foram feitas pela Polícia de Meio Ambiente que desencadeou uma operação com o apoio do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da PM depois de receber uma denúncia de que o garimpo acontecia ilegalmente na área de preservação ambiental.
Durante a operação treze pessoas foram presas em flagrante fazendo extração clandestina de minério. Os garimpeiros estavam divididos em três grupos e cada um explorava um trecho do rio. A polícia suspeita que eles agiam há pelo menos um mês. Cada um foi multado em R$ 15 mil e todos devem responder a, pelo menos, três crimes ambientais: intervenção em área de preservação permanente.
Flagrante
As imagens aéreas mostram pelo menos quatro pontos no rio Gualaxo, a poucos metros da devastação causada pela lama de rejeitos que atingiu o distrito de Bento Rodrigues. Para a retirada do ouro, pescadores denunciaram que o curso das águas foi modificado e a vegetação destruída. Os garimpeiros trabalham sem nenhum tipo de proteção e a retirada do ouro é feita sem nenhum controle ambiental e fiscalização.
Além disso, o Mercúrio usado na extração do ouro é extremamente tóxico e, de acordo com o geólogo Wilson José Guerra, pode causar a morte de peixes e seres humanos.
— O mercúrio pode causar até doenças neurológica, quando aspirado ou ingerido.