Copasa usa água de mineradora para completar abastecimento na Grande BH
Empresas envolvidas não detalham o custo da operação; Copasa nega risco de racionamento
Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7
Com reservatórios abaixo da capacidade esperada, a Copasa utiliza água produzida pela mineradora Anglogold Ashanti para conseguir abastecer o sistema Rio das Velhas, responsável pelo fornecimento de água a 60% de Belo Horizonte e metade da população da região metropolitana.
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Segundo a mineradora, localizada em Nova Lima, comportas foram abertas emergencialmente a pedido da Copasa. A vazão do Sistema Hidrelétrico Rio do Peixe, de propriedade da empresa, aumentou em 500 litros por segundo para dar conta da demanda. Normalmente, as sete pequenas hidrelétricas da empresa geram energia para usinas próprias a partir de barragens nas lagoas artificiais dos Ingleses, Miguelão e Codornas.
De acordo com comunicado emitido pela mineradora, "a AngloGold Ashanti entende que essa é uma situação pontual e necessária, por isso não pode se furtar ao atendimento de uma demanda significativa para melhoria do atual cenário em função da estiagem prolongada".
Copasa volta a negar racionamento
Procurada pela reportagem, a Copasa não detalhou os custos envolvidos na operação. A empresa nega risco de racionamento, mas afirma que por causa da "estiagem" tomou a medida.
— A Copasa, preventivamente, negociou com a empresa Anglogold Ashanti o incremento em 500 litros por segundo da vazão liberada por unidades de geração de energia desta empresa, localizadas no Rio do Peixe e a montante da captação de água da Copasa no Rio das Velhas (Bela Fama).
Por causa da previsão de chuva, a companhia afirma que a captação se encerrou nesta segunda-feira (20), mas não informou desde quando o volume foi usado.
Na sexta-feira (17), a empresa voltou a negar a necessidade de racionamento de água na Grande BH, situação que se espalha pelo interior de Minas. Segundo a Copasa, "devido à estiagem, ao calor intenso e ao alto consumo de água, os reservatórios que abastecem as partes altas desses bairros baixaram de nível e estão demorando a recuperar, causando intermitência no abastecimento".
Os sistemas Paraopeba e Rio das Velhas operaram com 30% e 50% a menos que o esperado para esta época do ano, respectivamente. A Copasa não informou o atual nível destes sistemas.
Em Santa Luzia, na região metropolitana, moradores do bairro Baronesa relatam como vivem há 15 dias sem água: