O atendimento a mulheres vítimas de agressão pode ficar mais complicado em Belo Horizonte em setembro. Denúncias de policiais civis que chegaram ao sindicato da categoria apontam que a unidade especializada, em funcionamento no Santo Agostinho, na região centro-sul, pode ter os plantões noturnos e aos fins de semana cancelados a partir do dia 30 deste mês.
A divisão também é responsável por registrar casos de agressões a idosos, pessoas com deficiência e população LGBT.
São atendidas todos os dias, em média, 70 mulheres vítimas de violência. 90% destes casos ocorrem durante a noite e aos fins de semana - boa parte deles é cometida por pessoas da família ou conhecidas. Sem o plantão, as vítimas precisariam procurar a Central de Flagrantes, que já fica sobrecarregada no período, com filas de viaturas que duram até seis horas.
Na terça-feira (19), BH inaugurou a 16ª Vara Criminal, a quarta especializada em analisar processos de violência contra a mulher. A desembargadora Evangelina Duarte, superintendente da Coordenadoria de Defesa da Mulher, vê com preocupação o possível fechamento.
— Se de fato for cancelado, vai haver prejuízo para a mulher agredida, que precisa ser atendida com presteza para que a agressão seja interrompida.
Atualmente, 60 delegados, investigadores, escrivães e agentes penitenciários trabalham nos plantões da delegacia especializada. Se houver a mudança, eles serão transferidos para outras unidades.
Polícia Civil nega
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil negou a informação do sindicato. Segundo a corporação, a suspensão dos plantões não está prevista.