MP manda Vale retirar obras de arte de áreas de risco em Barão de Cocais
Medida é para evitar perda do patrimônio cultural da cidade em caso de rompimento da barragem Gongo Soco; alerta de risco evacuou bairros
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) orientou a mineradora Vale a retirar todos os bens culturais móveis que ficam nas áreas que podem ser destruídas em caso de rompimento da barragem Gongo Soco, em Barão de Cocais, a 93 quilômetros de Belo Horizonte.
A determinação foi feita após parte da cidade precisar ser evacuada, durante a madrugada desta sexta-feira (9), devido ao risco de colapso da estrutura. De acordo com a Defesa Civil, cerca de 500 pessoas deixaram suas casas e foram levadas para locais seguros.
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Segundo o Iepha (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), em Barão de Cocais existem 18 bens tombados em nível municipal, estadual ou federal. Entre eles, está o sítio arqueológico de Gongo Soco, com ruínas de importante valor cultural.
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O documento apresentado pela Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e pela Promotoria de Justiça de Barão de Cocais, ainda determina que as esculturas sejam transportadas “em condições de segurança e, posteriormente, acondicionados em locais indicados pelos órgãos de proteção”.
De acordo com os promotores Cláudio Daniel Fonseca de Almeida e Giselle Ribeiro de Oliveira, uma tragédia como a ocorrida em Brumadinho e em Mariana “comprometeria gravemente e de forma irreversível a integridade do patrimônio cultural, histórico e turístico do município”.
A reportagem procurou a mineradora para saber quando acontecerão as ações de remoção, mas ainda não teve retorno.