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Polícia invade estúdio da rádio Itatiaia para prender marido de vereadora

Apresentador foi interrompido ao vivo e se revoltou com ação; corregedoria investiga invasão

Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7

Rádio divulgou câmera de segurança que mostra a ação policial; corregedoria vai investigar a invasão
Rádio divulgou câmera de segurança que mostra a ação policial; corregedoria vai investigar a invasão Rádio divulgou câmera de segurança que mostra a ação policial; corregedoria vai investigar a invasão

Dois policiais civis invadiram o estúdio da Rádio Itatiaia na tarde desta terça-feira (9), em Belo Horizonte, para prender o marido de uma vereadora de Confins, na Grande BH. Armando Júnior Pereira da Cruz é suspeito de participação em uma fraude de licitações que motivou a operação Lavagem 3, realizada desde o início da manhã pela polícia.

O jornalista Eduardo Costa entrevistava o suspeito ao vivo no estúdio da rádio quando os policiais invadiram a emissora dizendo ter um mandado de prisão e interromperam o programa. Os nomes dos policiais não foram divulgados.

Seis pessoas foram presas nesta terça-feira (9) durante a operação
Seis pessoas foram presas nesta terça-feira (9) durante a operação Seis pessoas foram presas nesta terça-feira (9) durante a operação

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Eduardo Costa, apresentador do MG no Ar, na Record Minas, se revoltou com a invasão do estúdio e narrou a ação ao vivo:

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— Não acho crível, lógico e correto que invadam o estúdio para fazer uma prisão. Poderiam, no mínimo, ter feito a gentileza de esperar na porta do estúdio, como eu pedi. Atenção Oliveira Santiago Maciel (chefe da Polícia Civil). Eles querem arrastar o moço preso dentro do estúdio. Longe de mim querer atrapalhar uma ordem. Se ele tem mandado, será cumprido. Só que na hora certa e no lugar certo. Invadir um estúdio é mais uma falta de respeito e só dá razão aos que dizem que a polícia está sem controle.

O jornalista pediu atenção do secretário de defesa social e do governador para o caso.

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— Oliveira Santiago Maciel, chefe de polícia, senhor Marco Antônio Romagneli, secretário de Defesa Social, senhor governador Alberto Pinto Coelho. Há uma invasão de estúdio por policiais civis que querem arrastar um entrevistado. Não nos dobramos sequer nos tempos da ditadura. Não vamos aceitar. Até agora estão falando em mandado e não mostraram.

Corregedoria vai investigar invasão

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O delegado Jonas Tomazi, responsável pelas investigações, não atendeu aos telefonemas da reportagem. Um investigador afirmou que ele conclui os trabalhos da operação e concederá entrevista mais tarde.

Em nota, a Polícia Civil explicou que "a Corregedoria Geral já iniciou apuração capaz de esclarecer as circunstâncias em que dois policiais civis cumpriram um mandado de prisão nas dependências da Rádio Itatiaia". O comunicado também informa que o corregedor-geral adjunto, delegado Antônio Gama, "já esteve na emissora, onde recolheu imagens de vídeo que registram a ação e levantou informações para elaboração do relatório preliminar capaz de subsidiar o procedimento investigativo". Na nota, a Polícia Civil "reafirma que rejeita quaisquer práticas que atinjam a liberdade de imprensa, atributo que caracteriza a reconhecida independência dos veículos de comunicação do nosso País".

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MG repudiu a invasão. "O Sindicato se solidariza aos jornalistas atingidos pela violência policial e protesta contra a forma truculenta como a prisão foi feita, atingindo frontalmente a liberdade de imprensa (...). A ação caracterizou-se por irregularidades que demonstram descontrole existente na polícia mineira. Os policiais deveriam, de início, ter exibido o mandado de prisão, poderiam ter aguardado o fim da entrevista e efetuado a prisão na porta de entrada da emissora. É também inadmissível a insinuação feita pelos policiais de que o entrevistado preso fosse “protegido da Itatiaia”.

Armando Júnior Pereira da Cruz é investigado por participação em fraudes em licitações em Confins. Ele teria coagido testemunhas do processo, que também investiga lavagem de dinheiro, falsificação de documentos públicos e falsidade ideológica. Ele é marido da vereadora Flávia Renata Oliveira e, por sua vez, acusou o delegado de perseguição durante a entrevista.

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