O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, disse que não há planos para a reconstrução do Viaduto Batalha dos Guararapes, que desabou em julho deste ano, matando duas pessoas e deixando outras 22 feridas na avenida Pedro 1º.
Lacerda afirmou, nessa segunda-feira (15), que a construção "exigiria muitos estudos".
— Esses viadutos foram projetados não só para facilitar a passagem dos ônibus, dos carros, mas também para fazer uma importante ligação entre duas importantes regiões isoladas uma da outra, e dentro de um planejamento viário da cidade. Neste momento nós não temos nenhum plano. Qualquer providência exigiria muitos estudos, exigiria um novo projeto, uma nova definição de recursos.
Conforme o prefeito, um pedido já foi encaminhado à BHTrans, que deve avaliar "alternativas" para o trânsito no local.
— O que nós fizemos foi pedir à BHTrans que estude rapidamente as alternativas para que a vida volte ao normal sem a necessidade de construir ali, em curto prazo, um viaduto. Ali ou em outro local da mesma região.
A previsão é que o tráfego seja liberado na avenida Pedro 1º na próxima semana.
Falhas
A perícia técnica da Polícia Civil encontrou uma série de erros na construção do viaduto. De acordo com o laudo, houve falhas na construção e no projeto que deu origem ao elevado. Até então, a perícia contratada pela construtora Cowan, responsável pela obra do viaduto, havia apontado apenas erros no projeto realizado pela empresa Consol.
O documento aponta ainda responsabilidade da Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), que não teria fiscalizado a obra, e também não teria revisado o projeto da Consol, que foi enviado à Cowan com um erro de cálculo em relação à quantidade de aço necessária para sustentação do elevado.
Entretanto, até o momento, nenhuma das partes foi indiciada e o relatório da perícia ainda está sob análise do delegado responsável pelo caso. A previsão da Polícia Civil é de que o inquérito só seja concluído em dezembro deste ano. O órgão também informou que não irá se posicionar sobre as informações do laudo que vazaram à imprensa.
Já a Sudecap e a Cowan informaram que não irão se pronunciar sobre a perícia oficial porque ainda não tiveram acesso ao relatório. A Consol enviou uma nota à imprensa reafirmando que houve alterações no projeto feito pela empresa e apontando a retirada do escoramento e a abertura de janelas como alguns dos erros que podem ter levado à tragédia.