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Reintegração de posse de ocupação no Isidoro é suspensa

Negociação vai ser reaberta para saída de 8.000 famílias de ocupação em BH 

Minas Gerais|Enzo Menezes, do R7

8.000 famílias ocupam o terreno de forma precária em luta por moradia
8.000 famílias ocupam o terreno de forma precária em luta por moradia
Moradores de ocupações fazem protesto e entram em confronto com a PM na MG-010
Moradores de ocupações fazem protesto e entram em confronto com a PM na MG-010

A ordem de reintegração de posse de um terreno ocupado por 8.000 famílias na Mata do Isidoro, em Belo Horizonte, foi suspensa por 15 dias nesta segunda-feira (22) em negociação com uma comissão de moradores.

Por decisão da Justiça, a partir de pedido da Prefeitura de BH, a Polícia Militar poderia acabar com as ocupações a qualquer momento. Desde 2013 há ações na Justiça que cobram a retirada das famílias da área de proteção ambiental. 

A abertura de nova rodada de negociações foi decidida em reunião na Defensoria Pública. Os moradores são integrantes de ocupações populares e concordam em sair da área, desde que sejam incluídos em programas de moradia popular. Na região do Isidoro foram montadas as ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança, que reúnem famílias sem-teto que viviam de favor ou aluguel e não conseguiram casas populares de programas governamentais. 

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Integrante das Brigadas Populares, Juliana Goes cobra as promessas feitas pelo Governo de Minas. 

— O governo suspende a ordem de reintegração por 15 dias para reabrir a mesa de negociações, que estava fechada. Um grupo da UFMG, especialista em urbanização, divulgou um documento com 11 irregularidades da proposta feita pelo governo, como expulsar as famílias e só entregar as casas daqui a dois anos e meio. Onde elas ficam ficar neste período? 


Confronto

Na sexta-feira (19), na iminência de terem as casas destruídas, 1.000 moradores fecharam a MG-010, em frente à Cidade Administrativa, e queimaram um ônibus. Houve confronto com a PM, na tentativa de liberar o trânsito, e um saldo de 30 presos e feridos, inclusive crianças atingidas por balas de borracha. 


Um grupo invadiu e destruiu o gabinete do deputado Cristiano Silveira (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia, que não estava na sala para conversar com os manifestantes. 

BH tem hoje déficit habitacional de 100 mil moradias, enquanto o programa Minha Casa, Minha Vida, construiu 1.470 moradias para famílias que recebem até três salários mínimos.

Negociação

Em nota divulgada na sexta-feira (19), o governo de Minas informou que ao longo dos últimos três meses vem negociando com os líderes dos movimentos populares e que, em março deste ano, foi "apresentada uma proposta de construção de conjuntos habitacionais pelo programa 'Minha Casa, Minha Vida - Faixa 1', assegurando o assentamento das famílias em parte das cerca de 9 mil unidades que serão construídas na primeira fase de obras". Ainda conforme o governo, a proposta prevê a desocupação de parte da área para que as obras sejam feitas. "Durante a construção dos conjuntos habitacionais, prevista para um período de 18 meses, o Governo de Minas Gerais comprometeu-se com o apoio ao remanejamento das famílias da área ocupada para outra área na mesma região até que todos sejam reassentados nos imóveis novos". 

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