Advogados de Sérgio Cabral pedem afastamento do juiz Marcelo Bretas
Defesa do ex-governador considera Bretas parcial
Rio de Janeiro|Do R7
A defesa do ex-governador Sergio Cabral (PMDB), em suas alegações finais, pediu, nesta terça-feira (22), o afastamento do juiz da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, Marcelo Bretas, do processo decorrente da Operação Calicute, por considerá-lo parcial. Os advogados, que requerem a absolvição de Cabral por falta de provas, apontam que o juiz deu entrevistas nas quais fez um "pré-julgamento" de seu cliente, o que o colocou "em xeque", segundo informações de um telejornal.
As alegações finais servem para que o réu faça suas últimas considerações acerca das acusações. A defesa de Cabral as usou para pedir absolvição ou condenação a, no máximo, regime aberto ou semiaberto. Na sustentação, atacaram o grupo de procuradores da Força Tarefa da Lava Jato no Rio, que ofereceu as denúncias contra o ex-governador, tachando-o de "fanfarra".
Acusações
Acusado de crimes como corrupção, lavagem de dinheiro e pertencimento a organização criminosa, Cabral é réu em 12 processos. Em junho, foi condenado a 14 anos e dois meses pelo juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal Criminal de Curitiba, por corrupção e lavagem de dinheiro oriundo das obras de terraplanagem do Comperj (Complexo Petroquímico do Estado do Rio).
Defesa
Cabral sustenta que não foi corrupto, mas que apenas usou indevidamente sobras de campanha. Segundo os procuradores, ele montou um grande esquema de corrupção já a partir do início do mandato, em 2007, e mesmo após a saída do governo, em 2014, a favor de seu vice e afilhado político, o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Há indícios de que o esquema movimentou quase R$ 1 bilhão, se somados contratos nas áreas de Transportes, Saúde, obras, entre outras.