Com dívida de R$ 1,4 bilhão, novo secretário de Saúde quer renegociar contratos para reduzir custos em 30%
Luiz Antônio de Souza Teixeira Junior fala em dívida de R$ 1,4 bi com fornecedores
Rio de Janeiro|Do R7, com Rede Record
O novo secretário de Estado de Saúde, Luiz Antônio de Souza Teixeira Junior, afirmou que pretende renegociar contratos para economizar 30% dos custos da Pasta. Teixeira assumiu o cargo nesta segunda-feira (4) em meio a uma crise nos hospitais e UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) estaduais. Ele disse que a secretaria possui dívida de R$ 1,4 bilhão com fornecedores.
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A crise que atingiu a saúde é reflexo dos problemas financeiros do governo estadual. Dívidas do Estado com fornecedores deixaram hospitais sem remédios e itens básicos, como algodão, esparadrapo e luvas. O governo do Rio atribui o cenário à retração da economia, redução na arrecadação de ICMS e queda no preço do petróleo que provocou perda de 60% nos repasses dos chamados royalties e participações especiais.
Com episódios de pacientes à espera de remédios e atendimento, o novo secretário afirma que o maior desafio da sua gestão será recuperar a credibilidade da Saúde no Estado do Rio.
Nesta segunda-feira, o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, falou sobre a crise financeira do Estado após a troca de comando geral da Polícia Militar — saiu o comandante Alberto Pinheiro Neto (oficialmente, a pedido) e entrou em seu lugar o coronel Edison Duarte dos Santos Júnior, que vinha chefiando a Coordenadoria Especial de Assuntos Olímpicos.
Em dificuldades financeiras, o governo estadual busca alternativas para reduzir as despesas. Uma dessas medidas seria a transferência de órgãos estaduais para um centro administrativo que abrigue diversas secretarias. O objetivo é reduzir gastos com aluguéis de salas, que chegam a R$ 80 milhões.
O mais cogitado é um edifício de 19 andares na Cidade Nova, na área do Sambódromo, projeto do escritório do arquiteto Oscar Niemeyer.
— Estamos fazendo as contas, vendo três prédios, o que for mais barato. Se pagarmos R$ 40 milhões, já é metade, e ainda se racionaliza custos com empresas de segurança e limpeza.
Apesar do cenário adverso, Pezão disse que os pagamentos de janeiro dos servidores sairão normalmente até o dia 12, sétimo dia útil do mês — em dezembro, o 13º salário foi parcelado.
O governador do Rio também afirmou que a rede da saúde fluminense será enxugada, adaptada à escassez de recursos.
— Temos 26 unidades e os recursos que recebemos são irrisórios, R$ 45 milhões. Vamos nos adaptar ao que a gente recebe, é muito pouco pelo que prestamos. A nossa rede será do tamanho que for pactuado com as prefeituras e o governo federal. O nosso Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) é o único do Brasil. Vamos discutir com o Ministério da Saúde e prefeitos da Região Metropolitano.