Foi enterrado por volta das 15h40 desta quinta-feira (24) o corpo do dançarino Douglas Rafael Silva, o DG, no cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul do Rio. Cerca de 400 pessoas compareceram ao sepultamento, realizado sob chuva fina. Amigos e parentes fizeram coro por justiça e cantaram funk em homenagem ao jovem, antes de o caixão ser colocado em um jazigo simples. Após o enterro, uma passeata interditou vias importantes em Copacabana, na zona sul. Houve um rápido confronto com policiais e parte do comércio do bairro fechou as portas.
Regina Casé, apresentadora do programa Esquenta, da Rede Globo, esteve no cemitério e aparentou estar muito abalada. O corpo de Douglas foi achado na terça-feira (22) em uma escola na comunidade do Pavão-Pavãozinho, na zona sul do Rio, com uma perfuração na altura do peito, possivelmente provocada por bala, e com escoriações referentes aa uma queda com o rosto no chão.
Cerca de 60 pessoas fizeram uma passeata rumo ao cemitério no começo da tarde, saindo do Pavão-Pavãozinho e interditando ruas em Copacabana. Ao fim do sepultamento, os manifestantes retomaram o protesto e caminharam pela avenida Nossa Senhora de Copacabana, interrompendo o fluxo de veículos na principal rua do bairro. Um grupo seguiu para a frente da Delegacia de Copacabana, na mesma avenida, para cobrar agilidade nas investigações.
Por volta das 16h40, os manifestantes se concentravam perto do Pavão-Pavãozinho e provocavam grande engarrafamento na região. Perto da rua Sá Ferreira, os integrantes do protesto e policiais militares se enfrentaram. Os manifestantes atiravam pedras e paus e os PMs reagiam com bombas de efeito moral. Um adolescente foi apreendido. Ninguém ficou ferido. Lojistas da área fecharam as portas. Às 17h10, a avenida Nossa Senhora de Copacabana já havia sido liberada.
Dez armas de policiais militares da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do Pavão-Pavãozinho foram confiscadas pelos comandos das UPPs. A investigação apura de onde partiu o disparo. De acordo com a Polícia Civil, todos os PMs que estavam na comunidade ou participaram da operação na qual foram registrados disparos na madrugada da última terça-feira (22) serão ouvidos. A Polícia Militar nega uma perseguição ao jovem, versão diferente da contada pela família do rapaz.
Após levantar a hipótese de morte por queda, a polícia confirmou, no fim da tarde de quarta-feira (23), que DG morreu por causa de uma "hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar, proveniente de ferimento transfixante do tórax". A constatação veio após exames preliminares no IML (Instituto Médico Legal).