"Ele sabia o que estava deflagrando", diz delegado sobre suspeito de disparar rojão que matou cinegrafista
Caio Silva foi preso na Bahia e chegou ao Rio na manhã desta quarta-feira (12)
Rio de Janeiro|Do R7
O delegado Maurício Luciano, responsável pela investigação da morte do cinegrafista Santiago Andrade, afirmou que Caio Silva de Souza sabia que tinha em mãos um rojão, quando acendeu o artefato que atingiu o profissional da TV Bandeirantes. Caio foi preso na madrugada desta quarta-feira (12), em uma pousada em Feira de Santana, na Bahia. Ele tinha a intenção de fugir para Ipu, no Ceará, onde moram seus avós paternos.
Durante o voo de volta, que chegou ao Rio pela manhã, o suspeito pouco falou e disse que só prestaria esclarecimentos em juízo.
— Ele se calou, disse que não ia falar. Mas não tenho dúvidas de que ele sabia o que estava deflagrando. Esse tipo de artefato é recorrente em manifestações. Inclusive, o Esquadrão Antibombas tem uma série de apreensões, é conhecido como rojão treme-terra.
O delegado afirmou ainda que o suspeito fugiu antes mesmo de ter a prisão decretada pela Justiça, na noite de segunda-feira (10).
— Ele embarcou no ônibus segunda-feira pela manhã. Fugiu antes de saber da prisão. A repercussão gerou temor nele e fez com que ele preferisse ir para Ipu, onde residem os avós paternos dele.
A namorada de Souza foi peça importante nas tratativas para ele se entregar. Por telefone, ela teria convencido o rapaz a interromper a fuga. Após ser preso, ele disse que não comia havia dois dias.
Souza foi identificado com a ajuda do outro envolvido, Fábio Raposo, preso desde domingo (9). Raposo diz ter repassado o rojão ao outro manifestante.
Na terça-feira (10), o Disque-Denúncia divulgou a foto do suspeito para que a população ajudasse a localizar o seu paradeiro. Policiais fizeram buscas em vários pontos do Rio de Janeiro para cumprir o mandado de prisão temporária contra Souza, mas não o encontraram no Estado. Funcionário do hospital Rocha Faria, ele teria dito aos colegas que estava com insolação e, por isso, teria de faltar.
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