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Filho de Eduardo Coutinho deixa hospital e se diz arrependido em novo depoimento à polícia

No hospital, Daniel Coutinho já havia confessado que assassinou o pai a facadas 

Rio de Janeiro|Do R7

Eduardo Coutinho foi enterrado na segunda-feira (3)
Eduardo Coutinho foi enterrado na segunda-feira (3)

Daniel Coutinho, filho do cineasta Eduardo Coutinho, recebeu alta nesta quinta-feira (6) do hospital Miguel Couto, na zona sul do Rio, onde estava internado desde domingo (2), quando teria matado o pai e se esfaqueado. Ele saiu escoltado por policiais e foi direto para a Divisão de Homicídios, a fim de prestar novo depoimento. Durante cerca de três horas, Daniel narrou o crime aos policiais e, pela primeira vez, teria dito ao delegado Rivaldo Barbosa que está arrependido. A Justiça decretou a prisão preventiva de Daniel.

A polícia vai entrar com uma ação para que o suspeito passe por um exame de sanidade mental.O delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios, aguarda a melhora da viúva do cineasta, Maria das Dores Coutinho, para que possa ser ouvida formalmente. Pedro Coutinho, outro filho do casal, também deve ser ouvido.

Daniel Coutinho confessou à polícia ter matado o pai, o cineasta Eduardo Coutinho, no último domingo (2). De acordo com o delegado Rivaldo Barbosa, titular da DH (Divisão de Homicídios), Daniel disse que tentou se suicidar e esfaqueou os pais para eles não ficarem desamparados.

— O depoimento foi esclarecedor. Ele disse que tentava o suicídio e, para não deixar os pais desamparados, ele perfura a mãe, ela se abriga. Posteriormente, ele vai até o pai e, sem oferecer resistência, recebe os golpes e morre. Depois, ele dá duas facadas no próprio abdome e vai pedir ajuda aos vizinhos.


Segundo Barbosa, Daniel teria dito que estava com medo de viver. O delegado ressaltou também que não há relação direta entre a doença mental e a prática do crime e que, para a equipe, não há mais dúvidas sobre o caso.

O cineasta foi enterrado na segunda (3) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, zona sul da capital. Familiares e amigos, entre cineastas e atores, deram o último adeus ao documentarista. Durante a cerimônia, o cineasta foi aplaudido por cerca de cinco minutos.


De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, Daniel segue internado na unidade intermediária do hospital Miguel Couto, na zona sul, em estado estável. A polícia aguarda a liberação médica de Maria das Dores Coutinho, viúva do cineasta que também foi esfaqueada pelo filho, para que possa ser ouvida. Ela foi transferida para uma unidade particular na tarde de segunda.

A Justiça do Rio converteu em preventiva a prisão de Daniel. Ele foi preso em flagrante e, como deu duas facadas na própria barriga, está internado sob custódia.


Relembre as obras do cineasta

Com o pedido de prisão preventiva do Tribunal de Justiça, Daniel ficará preso, ao menos, até o julgamento. De acordo com o delegado-titular Rivaldo Barbosa, as provas apresentadas inicialmente não deixaram dúvidas sobre a autoria do crime.

— O TJ, avaliando as provas levadas, entendeu que ali existia indício suficiente de autoria e prova da existência do crime. Ou seja, agora, ele está preso preventivamente e vamos iniciar o processo de formalização das demais provas que vamos colher.

Rivaldo disse ainda que não afirmou que Daniel sofra com problemas mentais ou use drogas.

— Em nenhum momento falei que ele fosse esquizofrênico ou usuário de drogas. O que disse foi que, por ele ter falado palavras desconexas, apresentava fortes indícios de surto psicótico. Mas ele será submetido a exames para confirmar, ou não, qualquer patologia.

Após atacar o pai e tentar matar a mãe, Daniel Coutinho, que teria problemas mentais, chamou um vizinho e teria contado o motivo do crime.

— Eu libertei meu pai. Tentei me libertar, me furei duas vezes e não acontece nada.

polícia encontrou duas facas sujas de sangue no apartamento.

Eduardo Coutinho era considerado um dos maiores documentaristas do Brasil. Entre seus trabalhos de maior destaque estão CabraMarcado para Morrer, Edifício Master, Jogo de Cena e Babilônia 2000.

Em 2007, o cineasta ganhou um Kikito de Cristal, principal premiação do cinema brasileiro, pelo conjunto da obra. Seu último documentário, As Canções, foi lançado em 2011 e foi o 12º longa-metragem dirigido por ele.

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