Um estudante acusa um policial lotado na delegacia de Itaipu (81ªDP), em Niterói, região metropolitana do Rio, de agredí-lo. Andrei Apolônio teria ido até a delegacia após sofrer um furto dentro do ônibus quando retornava de uma festa. Quando chegou até a 81ª DP para registrar seu boletim de ocorrência, o policial teria o recebido dizendo que não era hora de ele ir até à delegacia e já teria iniciado algumas ofensas homofóbicas, o que fez o jovem desistir de registrar a sua queixa.
No entanto, o universitário diz que ao tentar ir embora, o agente forçou que ele entrasse na delegacia, onde teria começado a agredi-lo. Segundo a vítima, a tortura foi se intensificando gradualmente, ele disse que foi estapeado, levou socos e ouviu muitos xingamentos homofóbicos. O rapaz relatou ainda que tentou fugir do local, mas que foi alcançado pelo agressor no estacionamento da delegacia, que o teria arrastado novamente até a sua sala, onde continuou com as agressões.
Andrei revelou que ao retornar continuou a ser ofendido e a ser agredido fisicamente. Ele disse ainda que havia um outro policial no local, que assistiu à tortura e que não teria feito nada para impedir que ela ocorresse. Dessa forma, ele relatou que em um dado momento, as agressões teriam ficado tão intensas, que ele começou a expelir sangue e seus dentes pela boca.
A Coinpol (Corregedoria interna da Polícia Civil) afirmou que tomou conhecimento do ocorrido na noite de quinta-feira (13) quando o rapaz, acompanhado de familiares, compareceu ao plantão da Coinpol. Segundo a Polícia Civil, ele foi atendido pela delegada de plantão, Viviane Batista, que determinou o registro da ocorrência e o encaminhou para o exame de corpo de delito, que está sendo realizado nesta segunda-feira (17), no IML (Instituto Médico Legal). Também nesta segunda, deve ser feito o auto de reconhecimento dos policiais acusados da agressão.
De acordo com o último levantamento feito pelo GGB (Grupo Gay da Bahia), o Brasil é o país que mais mata LGBTs no mundo. Segundo o grupo, 2016 registrou o maior número de assassinatos de pessoas LGBTs desde a primeira pesquisa feita pelo GGB há 37 anos, foram 343 pessoas mortas. Nos quatro primeiros meses de 2017, já foi registrado um crescimento de 18% dos casos de assassinatos motivados por LGBTfobia em relação ao mesmo período do ano passado, 117 pessoas já foram mortas entre janeiro e abril deste ano.