Viúva foi condenada em 2016 como mandante do assassinato de Renné Senna
Estefan Radovicz/Agência O Dia/15.12.2016Os desembargadores da 17ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio negaram nessa quarta-feira (22) recurso da viúva e da filha do milionário da Mega-Sena, Renee Sena, contra decisão que anulou o último testamento feito por Renee antes de ele ser morto, em 2007. O documento foi anulado em fevereiro deste ano a pedido dos irmãos de René, que haviam sido excluídos.
Com a decisão, a viúva, já condenada pela morte do companheiro, continua sem direito à herança.
Condenada a 20 anos, viúva da Mega-Sena é presa no RJ
Testamento
A 17ª Câmara Cível aceitou o recurso dos familiares de Renne Sena, assassinado em Rio Bonito, no interior do estado, e anulou o testamento em que eram beneficiárias a viúva, condenada pelo crime, e a filha dele.
Segundo o desembargador Elton Leme, relator do processo, o testamento, feito em 2006, é nulo porque favorecia a viúva, que não estava legitimada a receber a herança em razão de ter sido condenada criminalmente pela morte dolosa de Renne.
O inventariante nomeado por Renne, também réu no processo, tinha interesse na celebração do ato, uma vez que era sócio-gerente da empresa que administrava os bens. Além disso, as testemunhas levadas por ele eram funcionárias da empresa.
Lavrador
O ex-lavrador Renne Senna ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em julho de 2005 e foi assassinado quase dois anos depois, com quatro tiros, quando conversava com amigos na porta de um bar em Rio Bonito, onde morava. A viúva, 25 anos mais jovem que Sena, foi apontada pela polícia como a mandante do crime, supostamente motivada pela herança.
O caso foi encerrado em dezembro de 2016, quando a suspeita foi condenada a 20 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Ela era cabeleireira na cidade e foi levada por uma irmã da vítima a passar o natal na nova casa do milionário, em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Durante a festa de fim de ano, a mulher se aproximou de Renne e começou a namorá-lo. Humilde, ele decidiu voltar para Rio Bonito, onde nascera, e, meses depois, se casou com a cabelereira, que começou a mandar em tudo, afastando Renne de seus irmãos e parentes e até da filha, que Renee tinha de um relacionamento anterior.
O ex-lavrador era diabético e teve de amputar as duas pernas, em consequência da doença. Ele andava em um quadriciclo pela cidade e tinha o hábito de, nos finais de semana, ir a um bar conversar e tomar cerveja com amigos. Nesse mesmo bar, ele foi assassinado. Os matadores estavam em uma moto e fizeram diversos disparos contra Renne, que morreu na hora.