A Polícia Civil vai ouvir nesta semana os médicos do Hospital Albert Schweitzer que atenderam a jovem Fernanda Carvalho, de 22 anos, morta em março deste ano. Os investigadores apuram se ela foi envenenada pela madrasta, Cíntia Mariano, que está presa.
A jovem, que morava com o pai, passou mal após um jantar. Em um áudio, ela chegou a pedir ajuda ao namorado e relatou o mal-estar. Após 13 dias internada, Fernanda sofreu uma parada cardíaca e morreu.
Segundo familiares, a equipe médica não fechou um diagnóstico do caso. Na ocasião, a morte não foi tratada como suspeita, e, por isso, o corpo não passou por perícia no IML (Instituto Médico-Legal).
Agora, a polícia não descarta a possibilidade de pedir a exumação do cadáver, na tentativa de averiguar se Fernanda tinha alguma substância tóxica no corpo.
O caso virou alvo de investigação após o irmão de Fernanda apresentar sintomas parecidos, como tontura, cerca de um mês depois da morte da jovem. O adolescente de 16 anos passou mal após fazer uma refeição na residência do pai. Ele foi internado e conseguiu se recuperar.
Segundo a mãe do adolescente, após o ocorrido, ele relatou ter sentido um gosto amargo no feijão, além de ter visto "bolinhas azuis na comida".
O delegado Flávio Rodrigues, da 33ª DP (Realengo), confirmou que o conteúdo gástrico encontrado no corpo do adolescente já foi encaminhado para perícia.
Na casa da madrasta, os agentes apreenderam veneno contra pulgas, que foi enviado para análise.
De acordo com o delegado, os filhos de Cíntia Mariano disseram que ela confessou ter envenenado os enteados. No entanto, a defesa dela negou que a madrasta tenha admitido o crime. Os advogados disseram ainda que vão recorrer da manutenção da prisão temporária.