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Moradores de rua ocupam estações do sistema BRT no Rio; veja fotos

Pessoas dormindo nas estações, entulho, pichações reforçam o abandono do sistema de transporte da prefeitura na gestão Paes

Rio de Janeiro|Do R7

Morador de rua dorme em estação do BRT
Morador de rua dorme em estação do BRT Morador de rua dorme em estação do BRT

O dia amanhece no Rio de Janeiro. Na estação Penha I, na zona norte da cidade, passageiros aguardam a chegada de um ônibus do sistema BRT. Estação pichada, os usuários do transporte público carioca se aglomeram em uma parte da plataforma enquanto outro pedaço é ocupado por moradores de rua.

Na estação Santa Luzia, também da linha Transcarioca, a situação é idêntica com muito entulho espalhado dentro do local.

O flagrante foi feito pela equipe do R7 na manhã do sábado (12). Sem a presença da multidão de passageiros que utiliza o transporte durante a semana, foi possível perceber a situação de abandono de muitas estações, que estão sendo usadas como abrigo por moradores de rua. O mesmo cenário foi encontrado nas estações Santa Luzia, Penha 1, Penha 2, Mercadão de Madureira e Tanque, com moradores de rua tomando conta dos bancos.

O caminhoneiro Almir Lopes, morador de um apartamento em prédio localizado em frente à estação Penha 1, reclama do abandono provocado pela instalação do BRT.

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"Ônibus quebrados, sempre lotados, o serviço é péssimo. O ônibus demora e, quando vem, vem superlotado. E ainda por cima os moradores de rua ocupam as estação", afirma Lopes (veja no vídeo acima).

Morador de rua dorme em estação do BRT
Morador de rua dorme em estação do BRT Morador de rua dorme em estação do BRT

"Quando o BRT veio para a Penha, nós, moradores do prédio, achamos que seria uma boa coisa, mas infelizmente não foi. Temos agora apartamentos vazios, e ninguém consegue vender. Infelizmente nos tornamos vítima da prefeitura com esse abandono."

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O acolhimento das pessoas em situação de rua é responsabilidade da Prefeitura do Rio de Janeiro. A utilização das estações do BRT como abrigo é mais um detalhe do caos e abandono em que se encontra esse sistema de transporte público, criado no primeiro mandato do prefeito Eduardo Paes, em 2012.

Sujeira e entulho em estação do BRT
Sujeira e entulho em estação do BRT Sujeira e entulho em estação do BRT

O sistema do BRT acumula um histórico de problemas. Desde o serviço precário oferecido à população diariamente até indícios de corrupção, que levaram à condenação do ex-secretário de Obras Alexandre Pinto, após ter admitido o recebimento de propina de uma das empresas que participaram da implementação dos corredores exclusivos.

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Em meio ao caos, o prefeito Eduardo Paes alegou que o sistema estaria sendo alvo de sabotagem. Ele já havia levantado suspeita de que os empresários de ônibus estariam por trás da greve de motoristas ocorrida há cerca de duas semanas

As acusações foram feitas depois que a prefeitura retirou das empresas de ônibus a gestão do BRT e a repassou para a empresa pública Mobi-Rio. As declarações foram repudiadas pelo grupo que representa os empresários, o Rio Ônibus.

Estação do BRT pichada
Estação do BRT pichada Estação do BRT pichada

Na avaliação do especialista em Transportes da FGV (Fundação Getulio Vargas) Marcus Quintella, seria necessário começar do zero para atender às demandas da população carioca que precisa de transporte público. "A solução ideal mesmo seria acabar com tudo e construir uma linha de trem ou metrô, mas isso em curto a médio prazo é praticamente impossível, por questões orçamentárias. Talvez em longuíssimo prazo isso venha a acontecer."

A Prefeitura do Rio informou que, na próxima quarta (16), vai realizar a primeira licitação para a compra de 307 ônibus para renovar a frota do BRT. Os veículos chegarão em outubro. Outros 250 serão entregues até 2023.

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