Polícia investiga se ossada encontrada em Resende é de Amarildo
Pedreiro sumiu há mais de dois meses, na Rocinha
Rio de Janeiro|Do R7
A polícia investiga se uma ossada encontrado em Resende, no sul do Estado, é do pedreiro Amarildo Dias, desaparecido desde o dia 14 de julho, após ser abordado por policiais militares na comunidade da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. Os restos mortais, que parecem ter sido incendiados, foram localizados em um matagal, no fim de semana.
A Delegacia de Resende (89ª DP) encaminhou a ossada para o IPPGF (Instituto de Perícia e Pesquisa em Genética Forense da Polícia Civil), no centro do Rio. No local, um exame comparativo de DNA com material genético da família de Amarildo de Souza será realizado.
A Divisão de Homicídios da Capital aguarda o resultado do laudo da perícia.
Após o início das investigações, quatro PMs e o comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora da Rocinha) foram afastados da comunidade.
Família de Amarildo x governo do Estado
O governo do Estado do Rio, por meio da Procuradoria Geral do Estado, impetrou no início da semana recurso a respeito da decisão judicial que determinou o pagamento de pensão alimentícia no valor de um salário mínimo por mês à família de Amarildo.
O governo afirma ter ingressado com embargos de declaração não para contestar o pagamento, mas para esclarecer a quem o dinheiro deve ser entregue.
"A decisão determina que o Estado pague um salário mínimo para a esposa e os seis filhos de Amarildo. No entanto, três dos seis filhos são maiores de idade e têm emprego, o que, em um primeiro momento, pressupõe a ausência de necessidade de receber pensão", afirma o governo, em nota.
"Como o valor deve ser dividido pelos autores da ação, o Estado solicitou esclarecimento para evitar uma possível diminuição de verbas que seriam destinadas a pessoas menores de idade", conclui.
O governo esclarece que não vai contestar o pagamento da pensão. A ordem para que a pensão seja paga foi anunciada no início de setembro pelo desembargador Lindolpho Morais Marinho, da 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ). A decisão também obriga o Estado a pagar ou oferecer tratamento psicológico a nove familiares do pedreiro. O governo decidiu oferecer o tratamento por meio da rede pública.