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Polícia usa Lei do Crime Organizado para indiciar 27 manifestantes no Rio; 64 são presos

Crimes praticados foram de formação de quadrilha, roubo, incêndio e dano ao patrimônio

Rio de Janeiro|Do R7

Os manifestantes foram levados para as delegacias em ônibus da Polícia Militar
Os manifestantes foram levados para as delegacias em ônibus da Polícia Militar Os manifestantes foram levados para as delegacias em ônibus da Polícia Militar

A Polícia Civil prendeu 64 pessoas e apreendeu 20 menores de idade em flagrante durante confronto após a manifestação da noite de terça-feira (15), no centro do Rio. Do total, 27 foram autuados com base na nova Lei do Crime Organizado por crimes de dano ao patrimônio público, formação de quadrilha, roubo e incêndio. Os delitos, segundo a polícia, são inafiançáveis.

De acordo com a Seap (Secretaria Estadual de Administração Penitenciária), 27 foram encaminhados para presídios estaduais, sendo 25 para a Cadeia Pública Juíza Patrícia Lourival Acioli, em São Gonçalo, região metropolitana, e duas mulheres para a Cadeia Pública Joaquim Ferreira de Souza, no complexo de Gericinó, na zona oeste do Rio.

A Polícia Militar encaminhou 190 manifestantes a oito delegacias. Durante o confronto, foram apreendidas facas, canivetes, estilingues, bolas de gude, esferas de aço, um estilete, um tchaco, uma lâmina de serra, máscaras e escudos.

OAB diz que mais pessoas foram detidas

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A Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) informou que 210 manifestantes foram detidos durante o quebra-quebra na noite de terça-feiraPelo menos 12 pessoas ficaram feridas na confusão, sendo que seis foram atendidas no Hospital Municipal Souza Aguiar e seis em clínicas particulares.

Cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa do Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino), participaram da passeata do Dia do Professor pela avenida Rio Branco. Os integrantes do ato repetiam as reivindicações que levaram professores municipais e estaduais a entrar em greve no Rio.

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Após o fim da manifestação pacífica, por volta das 20h, centenas de mascarados se reuniram na Cinelândia. Houve intenso confronto com policiais do Batalhão de Choque. Os black blocs lançavam pedras, enquanto os policiais atiravam balas de borracha e arremessavam bombas de gás lacrimogêneo.

Agências bancárias foram destruídas pelos vândalos, que também picharam fachadas de prédios. Eles arrancaram as placas de metal que cobriam portarias e usaram como escudo contra o Batalhão de Choque.

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Os confrontos começaram na avenida Rio Branco, mas se estenderam por outras ruas da região. Uma viatura da PM foi incendiada no bairro da Glória, na zona sul, perto da Cinelândia. Um ônibus da polícia teve as janelas quebradas por pedras.

Jovem atingido por tiros

O manifestante atingido por disparos de arma de fogo nos dois antebraços durante a confusão disse em depoimento à polícia que não viu quem atirou contra ele. Segundo o titular da Delegacia da Gávea (15ª DP), Orlando Zaccone, que colheu o depoimento do jovem na Clínica São Vicente (Botafogo), a vítima disse que não se envolveu em nenhuma confusão antes de ser ferido. Ele apenas estaria com um colega caminhando com a multidão na manifestação.

De acordo com o delegado, a investigação do caso será transferida para a Delegacia de Mém de Sá (5ª DP), no centro do Rio, após relatório feito pela 15ª DP.

O jovem foi internado e operado na Clínica São Vicente, em Botafogo, zona sul do Rio. Na noite de terça, dois homens foram flagrados em vídeo fazendo disparos na direção dos manifestantes.

Mas, de acordo com Zaccone, a vítima não soube afirmar se eles teriam sido os autores dos disparos que o atingiram. Segundo a polícia, as imagens estão sendo analisadas. A investigação também trabalha com a hipótese de os homens serem policiais.

Pelo menos 13 cápsulas de armas de fogo foram recolhidas em ruas do centro do Rio após os confrontos entre policiais e manifestantes na noite desta terça-feira (15), como afirmou o advogado Ramon Teixeira, integrante do grupo Habeas Corpus, que tem o apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). O principal local em que armas de fogo foram disparadas contra manifestantes foi a rua México, nos fundos do Museu Nacional de Belas Artes, cuja fachada tinha supostas marcas de tiros.

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