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Prefeito do Rio diz que também é responsável por queda de ciclovia

Segundo Paes, presidente da Geo-Rio, responsável pela fiscalização da obra, pediu afastamento

Rio de Janeiro|Do R7, com Agência Brasil

Queda de ciclovia deixou ao menos dois mortos
Queda de ciclovia deixou ao menos dois mortos

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, afirmou, na noite de sexta (22), que também se sente responsável pelo desabamento da ciclovia da Avenida Niemeyer, ocorrido na última quinta-feira (21) e que deixou ao menos dois mortos.

O Paes falou deu uma entrevista coletiva, depois de chegar de uma viagem à Europa e se reunir com sua equipe e com engenheiros.

— Sou totalmente responsável. Em última instância, é a prefeitura que executou a obra. Não vamos brincar com esse tipo de coisa. O prefeito assume suas responsabilidades porque, em última instância, é quem designa os dirigentes do município.

Segundo Paes, o presidente da empresa municipal responsável pela fiscalização da obra, Geo-Rio, Márcio Machado, pediu afastamento da presidência do órgão. Além de assumir suas responsabilidades, o prefeito disse que quer encontrar os culpados pelo acidente. 


De acordo com o prefeito, a responsabilidade não deve recair sobre órgãos e sim sobre indivíduos que cometeram erros.

— Acidentes não acontecem por acaso. A prefeitura não vai aceitar a desculpa de que ondas acima do normal bateram sobre a ciclovia. A gente sabe que as coisas devem ser feitas com muito estudo e muito detalhe. Portanto, não é, na minha opinião, um acidente fortuito, aceitável. Nós vamos encontrar os responsáveis e esse responsável não é, certamente, a natureza. A gente vai fazer todos os esforços para que os responsáveis por isso, dentro ou fora da prefeitura, respondam por seus atos.


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Houve tempo

Paes disse que não há como saber ainda se a falha foi no projeto ou na execução da obra, feita pela empresa contratada Concremat, mas, de acordo com o prefeito, esse tipo de falha não deveria acontecer, já que houve tempo suficiente para checar e rechecar o projeto.

— Essa é uma obra cuja decisão de fazê-la foi tomada há algum tempo. Ela começou em meados de 2014. Tinha uma previsão de um ano e atrasou seis meses. Não dá para se usar a desculpa de que foi feita com muita rapidez. O projeto teve tempo de ser analisado e reanalisado. Portanto, não é fruto de nenhuma pressa ou falta de planejamento.

Segundo o prefeito, o acidente pode gerar desconfiança em relação à qualidade das obras dos Jogos Olímpicos. Por isso, a prefeitura pretende fazer a reavaliação de todas as obras executadas recentemente no município.

O prefeito também disse que não há nenhum conflito ético no fato da Concremat ser de propriedade de parentes de seu secretário de Turismo, Antônio Pedro Figueira de Mello. Segundo Paes, Mello nunca teve nenhuma ligação com a contratação da Concremat para qualquer obra. O prefeito disse que a empresa presta serviços à prefeitura há muitos anos.

Eduardo Paes disse que a ideia é reconstruir a ciclovia depois de feitas as avaliações e modificações necessárias. Além disso, será preciso estabelecer normas de uso da ciclovia, como fechar a via em caso de ressacas.

O acidente

A ciclovia Tim Maia foi construída às margens da avenida Niemeyer. Com a forte ressaca do mar, uma forte onda atingiu a ciclovia e um trecho da plataforma acabou desabando. O acidente aconteceu na última quinta-feira (21) e deixou ao menos dois mortos.

Neste sábado (23), os bombeiros continuaram as buscas por mais vítimas. Segundo o coronel Albucacys, do quartel de bombeiros da Gávea, as equipes trabalham com hipóteses de mais três vítimas, já que testemunhas relataram ter visto até cinco pessoas no trecho na hora do acidente.

A Polícia Civil abriu inquérito por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) para apurar o acidente. Técnicos do IECC (Instituto de Criminalística Carlos Eboli) estiveram no local do acidente e já realizaram uma perícia. Os investigadores também solicitaram documentos às empresas responsáveis pela obra e começaram a ouvir testumunhas.

A Prefeitura do Rio também anunciou a contratação da Coppe/UFRJ e do INPH (Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias) para fazer uma perícia independente que vai apontar as causas e indentificar os responsáveis pela tragédia. O laudo deve ficara pronto em um mês.

Já o MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) fez uma vistoria no local com o objetivo de investigar paralelamente o caso.

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