Professores da rede municipal decidem manter greve
Após assembleia, categoria deve participar de ato unificado no centro
Rio de Janeiro|Do R7
Professores da rede municipal decidiram em assembleia nesta terça-feira (15) continuar a greve iniciada em 8 de agosto. A categoria reivindica a elaboração de um novo plano de carreiras. De acordo com o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), cerca de 5.000 profissionais participaram da assembleia no Clube Municipal, na Tijuca, zona norte do Rio.
Após a assembleia, os profissionais vão participar de um ato unificado pela educação, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), junto com docentes da rede estadual e da Faetec (Fundação de Apoio à Escola Técnica). A polícia militar do Rio de Janeiro fechou a rua Evaristo da Veiga, no centro, por conta do ato. Após o ato, os professores vão seguir em passeata pela avenida Rio Branco, no centro, às 17h.
Na sexta-feira (11), representantes do Sepe se reuniram com o comando da PM e com representantes do Ministério Público, da Secretaria de Assistência Social e Direitos Humanos e da Polícia Civil. Durante o encontro, o comandante-geral da PM, coronel José Luis Castro Menezes, disse que os professores terão acesso aos oficiais em um posto de comando. Ele também afirmou que os PMs com identificações alfanuméricas vão revistar pessoas acompanhados de representantes do MP e da Polícia Civil.
No dia 7 de outubro, uma manifestação em apoio aos profissionais de educação reuniu milhares de pessoas no centro do Rio e terminou em quebra-quebra.
Plano de Carreiras
A Procuradoria-Geral da Câmara dos Vereadores vai recorrer da decisão judicial que anula a votação do novo plano de carreira dos professores municipais. A decisão foi divulgada na sexta-feira (11).
O prefeito Eduardo Paes já havia sancionado as mudanças nos cargos e salários da categoria, mas, com a decisão judicial, as alterações foram suspensas.
A decisão foi tomada pela juíza Roseli Nalin, da 5ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que aceitou os argumentos levados por nove vereadores da oposição. De acordo com a liminar, a sessão de votação não poderia ter sido feita a portas fechadas, como aconteceu. A ordem judicial ocorreu em primeira instância e cabe recurso.
Em 1º de outubro, professores foram impedidos de entrar na Câmara dos Vereadores para acompanhar o debate.Houve um intenso confronto do lado de fora do prédio, no centro do Rio. Policiais e professores se enfrentaram. Enquanto isso, manifestantes mascarados tentaram arrombar as portas da Câmara.
Os PMs usaram spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo para dispersar os integrantes do protesto. As explosões podiam ser ouvidas de dentro do plenário. Apesar de toda a confusão, o presidente da Casa, Jorge Felippe, insistiu em realizar a votação e o plano de carreira proposto pela prefeitura foi aprovado por 33 votos a 3.
Os professores, representados pelo Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino), não ficaram satisfeitos com as mudanças nos cargos e remunerações, alegando que o novo plano não atende à maior parte da categoria. Eles estão em greve desde 8 de agosto. Em setembro, a categoria chegou a interromper a paralisação por dez dias.
O prefeito Eduardo Paes afirmou na última terça-feira (8) que não irá retomar o diálogo com o Sepe.