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Rio: Presidente da CPI dos Ônibus diz que não vai renunciar; manifestantes permanecem na Câmara

Grupo que ocupa a Câmara dos Vereadores pede a troca de presidente da comissão

Rio de Janeiro|Do R7, com Agência Brasil

Manifestantes tentaram entrar no plenário da Câmara depois do anúncio da presidência da CPI dos Ônibus
Manifestantes tentaram entrar no plenário da Câmara depois do anúncio da presidência da CPI dos Ônibus Severino Silva/Agência O Dia

O presidente da CPI dos Ônibus da Câmara de Vereadores do Rio, Chiquinho Brazão (PMDB), afirmou que não vai renunciar ao cargo, que assumiu na manhã desta sexta-feira (9). A saída de Brazão da presidência da CPI é uma das reivindicações dos manifestantes que ocuparam o plenário da Casa. Eles querem que a presidência da CPI fique com o vereador Eliomar Coelho (PSOL), autor da proposta.

Brazão anunciou sua decisão de continuar no cargo após encontro com vereadores e quatro manifestantes. No encontro, Brazão e o relator da comissão, Professor Uóston (PMDB), disseram que nunca foram contra a proposta, embora não tenham assinado o requerimento para criação da CPI.

O primeiro ato da CPI dos Ônibus será terça-feira (13), com a convocação do ex e do atual secretário de Transportes do Rio, Alexandre Sansão e Carlos Roberto Osório. Na reunião, serão discutidos os limites e insuficiências nos contratos firmados em 2010 entre a Prefeitura do Rio e as empresas de ônibus que circulam no município.

O presidente da Câmara de Vereadores, Jorge Felippe (PMDB), informou que muitos manifestantes foram impedidos de entrar porque queriam ter acesso à Casa sem se identificar.


— A orientação dada à segurança da Câmara foi permitir a entrada das pessoas, dentro das limitações do salão nobre. Quando começou a identificação, muitas ficaram ansiosas e queriam entrar sem se identificar.

De acordo com Felippe, isso obrigou a segurança a fechar as portas para impedir a entrada de pessoas sem identificação prévia, já que a Câmara Municipal não comporta o número de pessoas que queriam entrar. Sobre a reunião em que foi escolhido o presidente da CPI, Jorge Felippe disse que foi rápida, pois a votação foi entre apenas cinco vereadores.


— A reunião da CPI tinha o propósito de escolher o relator e o presidente. Feita a votação e escolhidos os dois, acabou a razão da reunião. Na opinião de vocês [manifestantes], o mais qualificado é o vereador Eliomar Coelho. Mas não foi assim que a comissão, democraticamente, foi escolhida. Cumpriram-se os ritos previstos na legislação.

O educador Pedro Rajão, que estava entre os manifestantes, confirmou que a vontade do povo era a eleição de Eliomar Coelho, que propôs a CPI, enquanto os eleitos nem assinaram documento para sua aprovação.


— Brazão, que foi eleito presidente, e o Uóston, que foi eleito relator, eram contra, eles não assinaram pela aprovação da CPI dos Ônibus. E agora eles são o presidente e o relator. Somos a favor da revogação da presidência dessa CPI pelo Brazão.

O diretor da Aerj (Associação dos Estudantes Secundaristas do Rio de Janeiro), Rafael Almeida, informou que no dia 22 haverá novo protesto contra a composição da CPI.

— A luta do povo vai continuar. E não adianta falar algumas coisas, apertar as nossas mãos e ir embora. Queremos saber onde está cada centavo que é investido pelo povo. Neste momento, o transporte público é fundamental. Vamos embora, infelizmente, mas temos certeza de que a luta vai continuar e de que teremos nossas pautas garantidas.

Manifestantes na Câmara

A ocupação do plenário da Câmara Municipal começou logo após a eleição do presidente e do relator da CPI dos Ônibus. A Polícia Militar acompanha a manifestação.

Além da troca de Brazão por Eliomar, o grupo que ocupa a Câmara pede a anulação da reunião de instalação da CPI realizada nesta sexta-feira (9), a saída dos vereadores Jorginho da SOS , Renato Moura e Professor Uóston, e exigem que só possam participar da CPI vereadores que votaram a favor da instalação. Além disso, os manifestantes querem que todas as reuniões sejam programadas e divulgadas com antecedência e garantam a participação popular sem restrições.

O objetivo dos manifestantes é entregar a carta com as reivindicações ao presidente da Câmara, Jorge Felippe.

Por volta das 14h45, a luz do plenário foi cortada, o que provocou indignação dos manifestantes, que foram impedidos de usar o banheiro da Casa.

Policiais militares com escudos e capacetes com viseiras cercaram a entrada principal da Câmara. Do lado de dentro, grupos de PMs observam a movimentação dos manifestantes, mas sem intervir. Vereadores de partidos de oposição montaram um palanque do lado de fora e fazem discursos em apoio aos manifestantes.

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