UFRJ lança edital para reforma de fachada do Museu Nacional
Diretor do Museu, Alexandre Kellner, afirmou que o valor da revitalização pode ficar um pouco acima de R$ 1 milhão; obras devem ter início neste ano
Rio de Janeiro|Da Agência Brasil
A UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) lançou edital para a escolha da empresa que ficará responsável pela reforma da fachada do Museu Nacional, na zona norte do Rio de Janeiro, que foi destruído por um incêndio no dia 2 de setembro do ano passado. A expectativa é que as obras tenham início ainda este ano.
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A informação foi apresentada nesta terça-feira (12) pelo diretor do Museu Nacional, Alexandre Kellner, depois de visita aos destroços do prédio. O incêndio que atingiu o museu durou mais de seis horas e destruiu cerca de 20 milhões de itens, que contavam parte significativa da história do país.
“Já está na rua o edital para a confecção de projetos básicos para o início da restauração do nosso museu. Ainda não é o projeto definitivo para a recuperação do prédio, mas apenas da fachada do prédio, cujo valor deverá ficar um pouco acima de R$ 1 milhão”, disse Kellner.
Segundo ele, a UFRJ já dispõe de R$ 71 milhões para a recuperação total do Museu Nacional. Desta quantia, R$ 55 milhões foram ganhos a partir de emenda parlamentar para a reconstrução do Palácio Imperial, que já estão no orçamento da União para 2019.
Outros R$ 15 milhões foram garantidos pelo MEC (Ministério da Educação). Cerca de R$ 10 milhões deste valor foram destinados, de forma emergencial, à estrutura criada para viabilizar as obras de escoramento da estrutura física do museu.
Kellner disse que o Museu Nacional pretende realizar, ainda este ano, uma exposição com todo o acervo e as peças que forem recolhidas dos escombros. Entre elas estão o Crânio de Luzia, o fóssil mais antigo das Américas, e o meteorito Bendegó, raridades que resistiram ao fogo.
O diretor não quis dar detalhes sobre a exposição que deverá ser realizada na própria Quinta da Boa Vista, em frente ao que restou do museu.
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Visita
A visita foi conduzida pela coordenadora dos trabalhos de resgate e arqueóloga do Museu Nacional, Cláudia Carvalho. De acordo com ela, os trabalhos de escoramento e estabilização do prédio já estão praticamente concluídos.
“Este processo encontra-se em um estágio que já permite o resgate de uma quantidade significativa de peças que estão aparentes e em condições de serem recuperadas. A partir do momento em que o prédio estiver todo estabilizado e a cobertura estiver pronta, a gente dá início a outra etapa, que é a de inserção em áreas que precisam de uma escavação sistemática, e que deveremos iniciar ainda em março”, comentou Cláudia.
Segundo a arqueóloga, os pesquisadores da UFRJ envolvidos nos trabalhos de resgate de parte das peças já recuperaram cerca de 2 mil itens.
“Conseguimos recuperar objetos de diferentes áreas, principalmente objetos que, pela sua natureza, são mais resistentes ao fogo. Temos cerâmicas, peças a partir de rochas. A gente identifica o acervo, depois o material vai para a área de registro onde é fotografado, catalogado e, provisoriamente, armazenado e inventariado”, explicou a arqueóloga.
A coordenadora adiantou que ainda não há data para a conclusão dos trabalhos de resgate, mas espera que a recuperação do acervo esteja concluída em 2019. A partir daí será possível, como ela comentou, “dar início ao processo de reavaliação, de inventário e condições de danos, trabalho que deverá está concluído em 2020, eventualmente em 2021”.
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