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Acusação do caso Gil Rugai abre mão de réplica e fala em poupar jurados

Os jurados se reunirão na sala secreta com o juiz, promotor e advogados

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Gil Rugai chega ao fórum no quinto dia de julgamento; jurados vão traçar o destino do acusado de matar pai e madrasta em 2004
Gil Rugai chega ao fórum no quinto dia de julgamento; jurados vão traçar o destino do acusado de matar pai e madrasta em 2004 Gil Rugai chega ao fórum no quinto dia de julgamento; jurados vão traçar o destino do acusado de matar pai e madrasta em 2004 (NELSON ANTOINE/ESTADÃO CONTEÚDO)

O promotor do caso Gil Rugai, Rogério Zagallo, abriu mão de réplica no julgamento do caso Gil Rugai, que entrou no quinto dia nesta sexta-feira (22). O assistente de acusação contratado pela família de Alessandra Troitino, madrasta do ex-seminarista e vítima do crime, Ubirajara Mangini explicou que a réplica não foi solicitada porque "não mudaria em nada" e também para poupar os jurados, que "já estão cansados".

— São 30 horas de júri. [Os jurados] já estão cientes, já estão cansados. Não mudaria nada [na decisão]. O que foi trazido pela defesa na fala dela é tudo o que eles já vinham falando antes. (...) Então, não acrescentaria nada. Só mais cansaço para os jurados, mais briga, mais discussão e talvez mais confusão na cabeça dos jurados.

Com a decisão da acusação, após uma pausa para almoço, os jurados se reunirão na sala secreta com o juiz, promotor e advogados, e os quesitos que determinarão o resultado do julgamento serão votados. A decisão dos sete jurados — cinco homens e duas mulheres — será lida em plenário pelo magistrado.

O primeiro a falar durante o debate foi o promotor. Ele apresentou Gil Rugai como uma pessoa que transita entre a psicopatia e a normalidade. Zagallo ainda construiu uma cronologia do crime para mostrar o réu na cena do crime, além de desqualificar o álibi do acusado. Já a defesa, representada pelos advogados Marcelo Feller e Thiago Anastácio, mostrou provas de ligações telefônicas e apresentou contradições nas falas de testemunhas.

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Nos quatro primeiros dias de júri, 14 testemunhas foram ouvidas — cinco da defesa, seis da acusação e três do juiz Adilson Paukoski Simoni. Inicialmente, estavam previstas 16, mas duas acabaram dispensadas.

Ao chegar ao Fórum Criminal da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, nesta sexta-feira, o ex-seminarista entrou pela porta dos fundos.

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Relembre o caso

O publicitário Luiz Carlos Rugai, 40 anos, e sua mulher, Alessandra de Fátima Troitino, 33 anos, foram assassinados a tiros dentro da casa onde moravam em Perdizes, zona oeste de São Paulo no dia 28 de março de 2004.

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Alessandra foi baleada cinco vezes na porta da cozinha, segundo laudo da perícia. Luiz Carlos teria tentado se proteger na sala de TV. A pessoa que entrou no imóvel naquela noite arrombou a porta do cômodo com os pés e disparou quatro vezes contra o publicitário.

O comportamento aparentemente frio de Gil Rugai, na época com 20 anos, ao ver o pai e a madrasta mortos chamou a atenção da polícia, que passou a suspeitar dele.

Os peritos concluíram que a marca encontrada na porta arrombada era compatível com o sapato de Rugai, que, ao ser submetido pela Justiça a radiografias e ressonância magnética, teria apresentado lesão no pé direito.

Na mesma semana do duplo homicídio, os policiais encontraram no quarto do rapaz um certificado de curso de tiro e um cartucho 380 deflagrado, o mesmo calibre da arma usada no assassinato do casal.

As investigações apontaram ainda que ele teria dado um desfalque de R$ 228 mil na empresa do pai, a Referência Filmes, falsificando a assinatura do publicitário em cheques da firma. Poucos dias antes do assassinato, ele foi expulso de casa.

Um ano e três meses após o duplo homicídio, uma pistola foi encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório, na zona sul. Segundo a perícia, seria a mesma arma de onde partiram os tiros que atingiram as vítimas.

Rugai responde pelo crime em liberdade e está sendo julgado por duplo homicídio qualificado por motivo torpe e por estelionato, em razão do desfalque dado na produtora do pai.

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