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Água necessária para evitar risco de racionamento em SP sobra no Rio, diz Sabesp

Após verão com estiagem, São Paulo propõe interligação de represas

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Máquinas trabalham na represa de Nazaré Paulista, que faz parte do Sistema Cantareira, para que a água desça com mais agilidade
Máquinas trabalham na represa de Nazaré Paulista, que faz parte do Sistema Cantareira, para que a água desça com mais agilidade

Prestes a terminar um dos verões mais secos da história em São Paulo, o Estado adiantou um projeto previsto para 2020 para evitar problemas no fornecimento da água na capital e região metropolitana. A interligação dos reservatórios de Atibainha (pertencente ao Sistema Cantareira, que chegou ao nível mais baixo já registrado: 14,7%) com a represa de Jaguari (que armazena água do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba) é apontada como uma das possibilidades para que SP não sofra nos próximos anos em épocas de estiagem.

O rio abastece algumas cidades do Vale do Paraíba, Minas Gerais e do Rio de Janeiro. Em 2011, o Ministério Público Federal em Campos (RJ), recomendou que o projeto não fosse realizado sem ser discutido com todas as regiões afetadas. Na quarta-feira (19), o diretor de tecnologia, empreendimentos e meio ambiente da Sabesp, João Paulo Tavares Papa, disse que o volume de água enviado ao Rio de Janeiro é “excedente”.

— Esse volume que o Rio de Janeiro recebe é o volume excedente e gera energia no RJ, abastece várias cidades e ainda sobra água para chegar à região de Campos. Não é justo para São Paulo fornecer água em excesso, que nem o Rio de Janeiro utiliza para consumo nem para geração [de energia], e sofrermos aqui algum tipo de risco com abastecimento.

O governador Geraldo Alckmin negou que a interligação dos reservatórios vá prejudicar o abastecimento em MG e o RJ.


— Nem a ANA [Agência Nacional de Águas] autorizaria [se fosse afetar o fornecimento]. Você tem a retirada mínima em uma operação regular e sempre mantendo acima da vazão mínima.

O projeto paulista prevê que quando o nível do Sistema Cantareira chegar abaixo dos 35%, seja bombeada água do reservatório do rio Paraíba do Sul que, segundo o governador, tem um volume de água próximo ao do Cantareira. Alckmin ressaltou que isso só aconteceria em situações excepcionais e exemplificou que nos últimos anos, as represas que compõem o sistema tiveram níveis altos de reserva.


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Duração


As obras para interligar os dois reservatórios ainda dependem de pareceres favoráveis da ANA e da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Após isso, o governo terá que obter licenças ambientais e licitar o projeto. O governador prevê que, se não houver impasses, os trabalhos comecem dentro de quatro meses e sejam concluídos 14 meses após o início.

Alckmin não quis falar em custos. Segundo ele, o projeto ainda não foi detalhado. Mesmo assim, o governador adiantou que o valor total da obra deverá ficar em torno de R$ 500 milhões.

Inverno

A aposta do governo para garantir o abastecimento aos cerca de 8 milhões de consumidores atendidos pelo Sistema Cantareira está no próprio reservatório. O governo iniciou obras para utilizar o chamado “volume morto” das represas. Essa reserva técnica deverá estar disponível a partir de maio, segundo a Sabesp. As obras deverão custar R$ 52 milhões.

O “volume útil” do Sistema Cantareira pode se esgotar em julho, caso o cenário de chuvas não se altere. Outono e inverno costumam ser estações mais secas, o que diminui a chance de aumento do nível dos reservatórios. 

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