Após conflito, procuradoria decide que agressores de homossexual vão responder por tentativa de homicídio
Agressão aconteceu em dezembro do ano passado no bairro de Pinheiros, na zona oeste de SP
São Paulo|Vanessa Beltrão, do R7
Os jovens suspeitos de agredir o estudante homossexual, André Baliera, em Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, em dezembro do ano passado, irão responder por tentativa de homicídio. A decisão foi tomada pela Procuradoria Geral da Justiça, que determinou que o caso seja julgado pela 5ª Vara do Júri, responsável por crimes dolosos contra a vida.
Até o fim do ano passado, o caso vivia um “conflito de competência”. Isso porque, na avaliação do Ministério Público, "não houve a prática de crime doloso contra a vida" e os agressores poderiam responder apenas por lesão corporal, crime de menor penalidade.
De acordo com o Código Penal Brasileiro, se condenados por lesão corporal, ambos poderiam ficar de três meses a um ano presos, enquanto na tentativa de homicídio, estão sujeitos a uma pena que vai de dois a 12 anos de prisão.
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O processo chegou a perder a descaracterização de tentativa de homicídio e o 5° Tribunal do Júri passou para o Departamento de Inquéritos Polícias. Porém, para resolver esse conflito de atribuição, o processo foi enviado ao procurador geral da Justiça que, no último dia 7, determinou a redistribuição dos autos ao 5° Tribunal do Júri.
O caso
No dia 3 de dezembro do ano passado, o estudante de direito André Baliera foi agredido por dois jovens na rua Henrique Schaumann, no bairro de Pinheiros, zona oeste de São Paulo.
Em entrevista ao R7, Baliera afirmou que o ataque teve motivação homofóbica e disse que foi xingado pelos dois jovens antes de ser agredido. A defesa dos agressores negou que André tenha sido agredido por ser homossexual.