A concentração de argentinos no Sambódromo do Anhembi, na zona norte de São Paulo, foi isolada pela PM e pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) após a derrota do Brasil para a Alemanha. Com notícias de quebra-quebras e de brasileiros hostilizando argentinos pela cidade, a polícia pedia, na noite de terça-feira (8), que ninguém saísse do local.
Dez viaturas da GCM com giroflex ligado, viaturas da PM e até um caminhão da Tropa de Choque faziam a segurança do acampamento, por volta das 20h, como explica o controlador do estacionamento, Ademir Correa.
— Estamos orientando todos a não sair, já passaram xingando e tivemos relatos de gente armada.
Na hora do jogo, muitos argentinos gritaram pela goleada e comemoraram a derrota brasileira. Mas, um hora após o fim da partida, o clima no acampamento não era de festa — pela apreensão provocada pelos xingamentos dos brasileiros ou pela decepção em não ver uma final com o maior rival.
Derrota do Brasil tira o brilho, mas não acaba com festa em SP
Torcedora argentina assiste jogo na Fan Fest para ‘zicar’ Brasil
O argentino Fritz Latzina, de 48 anos, que se diz "torcedor profissional", garante que não queria a derrota do Brasil.
— A rivalidade é parte da festa. Como choro quando perco, eu sinto essa derrota.
Ele disse que veio de ônibus para o Brasil.
— Um sete a um é humilhante, é feio, não é legal.
Era a mesma sensação do jornalista Juan González, de 65 anos, que veio no mesmo ônibus com Latzina.
— Mas estou feliz por terem perdido, porque viemos com muito medo.
Veja como chegar à Arena Corinthians de transporte público para jogo entre Argentina e Holanda