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Após morte de jovem, comunidade LGBT protesta no centro de SP

Kaique dos Santos, 17 anos, foi encontrado desfigurado; polícia trata o caso como suicídio

São Paulo|Do R7, com Estadão Conteúdo

Ato ocorre em protesto à morte de um jovem encontrado desfigurado após balada gay
Ato ocorre em protesto à morte de um jovem encontrado desfigurado após balada gay

Cerca de 300 integrantes e simpatizantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros), protestaram no Largo do Arouche, no centro de São Paulo, nesta sexta-feira (17), segundo a Polícia Militar. O encontro foi realizado em solidariedade à morte de Kaique Augusto dos Santos, 17 anos, cujo corpo foi encontrado desfigurado e com uma barra de ferro atravessada em uma das pernas na avenida Nove de Julho. A polícia trata o caso como suicídio, mas a família não aceita essa versão.

Por volta das 20h, os manifestantes saíram do Largo do Arouche e bloquearam a avenida Vieira de Carvalho, no sentido da praça João Mendes, aos gritos de "Kaique, eu vou lutar. A sua morte o estado vai pagar!". O protesto seguiu para a avenida São Luís. As pessoas sentaram no chão, bloqueando a via. Por volta das 21h, os manifestantes passaram pelo viaduto do Chá. O ato deveria acabar em frente à Secretaria de Segurança Pública, onde o protesto cobraria uma investigação justa para a morte de Kaique.

Cerca de 50 policiais acompanharam o ato. Havia faixas e cartazes por toda parte, e muito barulho por conta de apitos. Para Elvis Justino de Souza, o amigo Kaique não se suicidou.

— Nós não temos dúvidas de que Kaíque foi espancado. Se o ato foi homofóbico ou não, somente a polícia vai dizer. Nossa intenção nesse protesto é a cobrança por uma investigação justa. Por enquanto não estamos confiantes no trabalho da polícia.


Segundo os familiares, o adolescente havia saído na sexta-feira (10) para uma balada gay no centro. Os amigos do rapaz disseram que ele saiu no meio da madrugada para procurar seus documentos, que estariam perdidos, e nunca mais voltou.

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O higienizador de carros não apareceu para trabalhar na manhã de sábado (11). Foi o que motivou a chefe do jovem a ligar para o amigo com o qual ele vivia em Santana, na zona norte da capital. Acreditando que ele estaria com outros jovens, o amigo só comunicou à irmã da vítima na segunda-feira (13), já que Kaique não havia aparecido e seu celular estava desligado. Foi então que parentes iniciaram as buscas, que terminaram na terça-feira (14), quando o corpo que deu entrada no IML (Instituto Médico Legal) sem documentos foi identificado.

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