Ativistas do movimento negro são proibidos de entrar no JK Iguatemi
Manifestantes protestam contra a proibição de rolezinhos no shopping center, em São Paulo
São Paulo|Bárbara Garcia, do R7
No início da tarde deste sábado (18), cerca de 200 ativistas pelos direitos dos negros protestaram contra o impedimento da entrada de jovens em shopping centers de São Paulo, nos chamados rolezinhos. Reunidos no Parque do Povo, na zona sul da cidade, membros de grupos como o Uneafro, Círculo Palmarino e Conen vestiam camisetas dos Panteras Negras e entoavam hinos dos Palmares no “Rolé contra o Racismo no JK Iguatemi”.
— Palmares não vive, mas faremos Palmares de novo.
Por volta das 13h40, a concentração seguiu pela avenida JK até chegar à frente do shopping JK Iguatemi, que já estava com as portas fechadas. Em frente à porta do shopping, os manifestantes fizeram um pronunciamento, em que afirmavam que a atitude do centro de compras de fechar as portas significa que “é melhor não ter ninguém do que ter negros e pobres aí dentro”.
Sem funk, rolezinhos da ‘classe média’ mobilizam shoppings pelo Brasil
Barrar rolezinhos na Justiça explicita “apartheid” de classe, diz criminalista
Sem conseguir entrar no shopping, os ativistas informaram à imprensa, por meio de um advogado, que iriam registrar um boletim de ocorrência em delegacia próxima, já que o JK Iguatemi proibiu a entrada do grupo sob a alegação de que eles organizariam um tumulto lá dentro — algo que os dirigentes do shopping center não poderiam inferir.
No fim de semana passado, o JK Iguatemi conseguiu liminar para proibir a entrada de jovens que pretendiam participar de um rolezinho. Desde então, os passeios de jovens da periferia em centros comerciais viraram tema de debates políticos e passaram a mobilizar movimentos sociais.