Com as chuvas de fim de ano, o sistema Cantareira deve deixar o volume morto entre terça (29) e quarta-feira (30) desta semana.
Será a primeira vez que o reservatório voltará ao nível "zero" em um ano e sete meses. Desde maio de 2014, o Cantareira está no vermelho.
Neste sábado (26), o nível do sistema era de 1,3% negativo (o índice que fica negativo quando o volume morto está em uso é divulgado pela Sabesp desde 16 de abril por ordem da Justiça — antes, a empresa só divulgava índices positivos, que levavam em consideração a água da reserva técnica).
Nos últimos dias, o sistema vem recuperando, em média, de 0,3 a 0,4 ponto percentual de sua capacidade diariamente. Caso as chuvas persistam, mais quatro dias (incluindo este domingo, 27) seriam suficientes para reabilitar o sistema.
Neste mês, a pluviometria acumulada na região do Cantareira atingiu 225,2 milímetros, superior à média histórica do mês, que é de 219,4 milímetros. Ainda, porém, está longe da taxa de anos chuvosos, como 2009, quando as chuvas na região chegaram a 418,8 milímetros.
Bônus mais difícil
Na última quarta-feira (23), em coletiva à imprensa, o presidente da Sabesp, Jerson Kelman, anunciou que a Aresp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) autorizou a atualização dos índices usados para calcular o desconto para quem economiza água.
Na prática, receber o bônus vai ser mais difícil no ano que vem.
Kelman afirmou que o objetivo é "dar um estímulo extra" para quem ainda pode economizar mais água.
— A Sabesp e o Estado de São Paulo foram os únicos do País a tomar essa iniciativa bônus na conta. Nós estamos agora dizendo o seguinte: vamos manter o bônus, mas com condições um pouco mais difíceis. É a verdade. Não estamos escamoteando isso.