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Carisma mantém Marcola à frente do PCC, diz delegado

Investigações recentes do Deic apontam que chefe da facção é chamado por outro apelido

São Paulo|Fernando Mellis, do R7

Marcola (foto) está na penitenciária de Presidente Venceslau
Marcola (foto) está na penitenciária de Presidente Venceslau

O delegado Ruy Ferraz Fontes, do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), confirmou nesta terça-feira (15) que Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, mantém o posto de chefe máximo da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), de dentro da penitenciária de Presidente Venceslau. Porém, a polícia diz que, entre os comparsas, Marcola já não é mais tratado por esse apelido, conhecido em todo o País após ordenar uma onda de ataques no Estado em 2005.

Ligações telefônicas interceptadas pela polícia durante a operação Bate-Bola indicam que o chefe do PCC passou a ser chamado de Russo, com o objetivo de dificultar que ele seja identificado nas conversas. Em duas escutas, feitas em abril, dois homens de confiança de Marcola — Amarildo Ribeiro da Silva e Fabiano Alves de Souza — conversam sobre a transferência de Russo para o RDD (regime disciplinar diferenciado).

Segundo o delegado, um grupo de criminosos dá as ordens de dentro da penitenciária de Presidente Venceslau que são repassadas para colegas nas ruas. Apesar de existir mais de uma liderança, Fontes disse que Marcola é o mais forte deles.

— Existe um conselho linear. O Marcola talvez seja a pessoa intelectualmente mais preparada e acaba, naturalmente, pelo carisma, liderando todo mundo. Mas toda decisão parte daquelas 14 ou 15 pessoas que estão presas lá.


O delegado acrescentou que os recados são transmitidos por parentes de Marcola.

— Através de documentos escritos, que ele encaminha para os seus liderados na rua. 


Um dos integrantes da cúpula do PCC está solto. Fabiano Alves de Souza, conhecido como Paca, ficou preso por mais de 11 anos, boa parte deles em Presidente Venceslau. Após ser solto, ele foi para o Paraguai. Segundo o Deic, Paca está na cidade de Pedro Juan Caballero, onde continua gerenciando a facção criminosa.

Durante a operação da Polícia Civil, a Justiça emitiu um mandado de prisão contra Souza. Ferraz Fontes disse que a Interpol já foi comunicada para tentar capturar o integrante do PCC.


Facção pretendia resgatar Marcola com helicóptero camuflado da PM

Segundo o diretor do Deic, delegado Wagner Giudice, além de Marcola e de Paca, a facção tem outros dois homens fortes: Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue; e Edilson Borges Nogueira, o Birosca. Eles também estão presos em Presidente Venceslau.

— Essas quatro lideranças estão sendo investigadas e já existe um caminho muito adiantado sobre a participação efetiva deles da aquisição de drogas no exterior. Essa droga entra em São Paulo e aqui eles distribuem em forma, praticamente, de franquia. O sujeito que comprar droga deles ou que se dispõe a vender drogas para eles, além de pagar a tal da “cebola”, que é uma contribuição mensal de R$ 600, ele ainda é obrigado a vender 1,5 kg de cocaína por mês. Só o que ele conseguir a mais do que isso é o que gera lucro para aquele sujeito que trabalha na ponta, na biqueira.

A operação policial contra o PCC começou em fevereiro e já prendeu 38 pessoas, além de dois adolescentes apreendidos. O alvo dos investigadores foi a parte gerencial da venda de drogas nas ruas. Foram identificados 51 pontos de tráfico administrados por membros da facção.

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