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Caso Pesseghini: advogada da família reforça tese de que Marcelo tentou se defender antes de morrer

Na versão da polícia, menino assassinou os pais, a avó e a tia-avó, foi à escola e se matou

São Paulo|Do R7

Pais do menino eram PMs; chacina aconteceu em agosto de 2013
Pais do menino eram PMs; chacina aconteceu em agosto de 2013

A advogada e especialista em perícias criminais Roselle Soglio considera que os ferimentos na mão esquerda do estudante Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, de 13 anos, apontado pela polícia como suspeito de assassinar a família e depois se matar, são compatíveis com lesões de defesa.

Contratada por parentes do sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) Luiz Marcelo Pesseghini, uma das vítimas da chacina ocorrida há quase oito meses na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo, a advogada elaborou mais de 20 quesitos e os encaminhou à polícia, solicitando que os questionamentos sejam apresentados ao IC (Instituto de Criminalística). Uma das perguntas é justamente sobre o assunto.

— Na mão dele [Marcelo], aparece uma lesão de defesa. Estamos pedindo esclarecimentos. Como nem o perito de local nem o médico-legista colocam isso, e só temos as fotos que trazem essa possibilidade, estou questionando por que eles não colocaram.

Ela destaca que há informações importantes que precisam ser observadas.


— Agora, em que momento isso aconteceu [lesão], não podemos precisar sem o perito colocar. Isso depende, por exemplo, da forma como ele encontrou Marcelo, da forma com que ele [o menino] estava caído, da forma como a arma estava na mão dele, porque não basta dizer que o dedo estava no gatilho. Precisava saber se essa arma estava mais à esquerda, mais à direita, se a mão dele estava fechada, aberta.

A especialista não é a única que cogita a tese de que o adolescente teria tentado se defender antes de morrer. Em fevereiro deste ano, o perito do caso PC Farias, George Sanguinetti, enviou ao Ministério Público e ao Tribunal de Justiça de São Paulo um parecer médico-legal contestando a versão da polícia de que Marcelo teria matado o pai, a mãe — a cabo da Polícia Militar Andréia Bovo Pesseghini —, a avó Benedita Oliveira Bovo, e a tia-avó Bernardete Oliveira da Silva.


Sanguinetti argumentou que ferimentos na mão, no punho e no antebraço esquerdos do adolescente seriam lesões indicativas "de que a criança, antes de ser executada, tentou defender-se".

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Roselle informa que após examinar o inquérito várias vezes teve "muitas dúvidas". Ela está aguardando um posicionamento da polícia para saber se os quesitos serão levados ao IC.

— As questões técnicas me trazem muito mais informações para poder questionar os depoimentos. O perito respondendo aos meus quesitos, tenho condições de confrontar com aquilo que a testemunha fala.

O caso

Marcelo foi encontrado morto junto com a família em agosto de 2013. Ao lado dele, estavam os corpos da mãe e do pai. Em outro imóvel no mesmo terreno, estavam os corpos da avó e da tia-avó do adolescente. Segundo a investigação do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), o menino teria matado os parentes, ido à escola, assistido à aula, retornado para casa e se suicidado.

De acordo com a assessoria de imprensa da Delegacia Geral de Polícia, a investigação do caso já foi concluída e o relatório final está sendo elaborado. Depois de finalizado, o documento será encaminhado à Justiça e ao Ministério Público. O laudo produzido, a pedido da polícia, pelo psiquiatra forense Guido Palomba, já foi reunido ao inquérito. Segundo Palomba, o que fez Marcelo matar a família toda e se suicidar é conhecido na medicina psiquiátrica como encefalopatia encapsulada ou sistematizada, doença causada por falta de oxigenação do cérebro.

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