Com uma campanha salarial que começou ousada e pedia 35,47% de aumento, os metroviários optaram por encerrar a greve de cinco dias sem conseguir metade disso. Nem mesmo a proximidade da Copa do Mundo fez o governo paulista ceder. A companhia propôs reajuste de 8,7% e, diante da resistência dos grevistas, deixou nas mãos do Judiciário a decisão sobre qual valor seria oferecido.
O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) manteve os reajustes propostos pela empresa, tanto para os salários quanto para os benefícios. Todo o transtorno causado nos dias de paralisação acabou rendendo poucos frutos (veja na tabela abaixo).
No quarto dia de greve, a Justiça declarou o movimento abusivo e o Metrô demitiu, por justa causa, 42 funcionários. A partir de então, o foco dos trabalhadores mudou. Na segunda-feira (9), os metroviários já concordavam com o reajuste definido e pediam a readmissão dos colegas. O governador Geraldo Alckmin não autorizou, mas a categoria deu uma trégua à paralisação, pelo menos até esta quinta-feira (12), dia de abertura da Copa.
Segundo o presidente do sindicato, Altino Melo Prazeres, o gesto foi uma demonstração de que a categoria quer abrir um diálogo com o governo, principalmente, sobre as readmissões. Uma assembleia que será realizada no começo da noite desta quarta-feira (11) vai definir se haverá paralisação amanhã. Alckmin afirmou que metrô e trens vão operar durante a Copa e que a discussão trabalhista com os metroviários já se encerrou com o dissídio.