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Com pronto-socorro fechado, Santa Casa orienta os pacientes a procurar hospitais da região

Fila dos pacientes é grande desde cedo; Hospital das Clínicas é uma das opções de atendimento

São Paulo|Do R7

Fila de pacientes é grande desde cedo na Santa Casa
Fila de pacientes é grande desde cedo na Santa Casa

Os portões do pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, na região central da cidade, um dos hospitais de referência da capital, amanheceram fechados nesta quarta-feira (23). A fila dos pacientes que precisam de atendimento é grande desde cedo. A orientação, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição, é que as pessoas procurem a unidade de saúde mais próxima. Os bombeiros e o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) já não levam pessoas para este hospital. 

A tendência é que os casos mais graves sejam encaminhados ao HC (Hospital das Clínicas), também no centro. A assessoria de imprensa do HC afirma que não há informação de aumento de demanda, mas que a instituição está já preparada para atender um número maior de pacientes desde a Copa do Mundo, quando foi montada uma estrutura para suprir as necessidades do Itaquerão, na zona leste, um dos estádios que recebeu partidas do mundial. 

A prefeitura informou que os pacientes provenientes da Santa Casa serão atendidos em postos da região e que cabe ao Governo do Estado e à Santa Casa encaminhar estas pessoas. 

Estado e União dizem que aumentaram repasses para a Santa Casa


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A Santa Casa atende todos os dias entre 8.000 e 10.000 pessoas. Com a suspensão do serviço, 6.000 pacientes deixarão de ser atendidos. Só no pronto-socorro, 1.500 pessoas são atendidas diariamente. Até a noite de terça-feira (22), 700 pacientes estavam internados e os 200 que estavam no pronto-socorro continuaram sendo atendidos. 


Os portões do pronto-socorro da Santa Casa foram fechados às 18h de terça-feira. Em comunicado divulgado no mesmo dia, a instituição afirma que o motivo é "a falta de recursos para a aquisição de materiais e medicamentos".De acordo com o hospital, além das pessoas que procuram por atendimento de urgência e emergência, também serão prejudicados alguns pacientes que se tratam na instituição e outros com algumas cirurgias marcadas. Apenas os pacientes que fazem tratamentos como quimioterapia serão atendidos.

A Santa Casa deve mais de R$ 50 milhões aos fornecedores. O provedor da instituição, Kalil Rocha Abdalla, disse que faltam itens básicos como seringas e luvas para atendimentos e espera ajuda das autoridades. A Secretaria Estadual de Saúde disse que repassou, só este ano, R$ 168 milhões em recursos para a Santa Casa. O Ministério da Saúde informou que o fechamento do hospital não foi comunicado previamente. Em nota, disse que os pagamentos foram reajustados e estão em dia. A União falou ainda que pretende participar da solução do problema. 


Crise Financeira

A crise da Santa Casa de São Paulo é antiga. Em 2011, o hospital ameaçou, pela primeira vez, suspender o atendimento no pronto-socorro.

A dívida da instituição era de R$ 120 milhões. Na época, apesar do aporte mensal de R$ 24 milhões feito pelo Ministério da Saúde e pelo governo do Estado, a Santa Casa tinha um déficit de R$ 10 milhões por mês.

O superintendente do local, Antonio Carlos Forte, atribuía o problema ao aumento de custos de equipamentos e, sobretudo, de medicamentos. A alta no atendimento e novas diretrizes legais — que obrigavam, por exemplo, a troca de cateteres em vez de o reuso com esterilização — também ajudavam a ampliar a crise.

A preocupação que levou o hospital a cogitar o fechamento do pronto-socorro na época era que, sem capacidade para comprar remédios, o atendimento aos pacientes internados ficasse prejudicado.

Naquele ano, a Santa Casa recebeu R$ 10 milhões da Secretaria Estadual de Saúde. A verba de emergência foi concedida para manter o atendimento e para que o pronto-socorro não fosse fechado.

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