CPI da Sabesp: sem presença de convidados, sessão é encerrada e vereador ofendido pede providências
Ex-presidente da companhia e superintendente não compareceram, mas justificaram ausência
São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7
A sessão desta quarta-feira (22) da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) criada para investigar contratos firmados entre a Prefeitura de São Paulo e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) foi encerrada após cerca de uma hora. Os trabalhos da comissão, instaurada pela Câmara de São Paulo, serão retomados no dia 29.
Sem a presença dos convidados que prestariam depoimento nesta manhã, o encontro foi marcado pela discussão sobre o xingamento sofrido pelo vereador José Police Neto (PSD) em sessão realizada há duas semanas. O político cobrou um posicionamento da comissão sobre o ocorrido.
Antes de a confirmação da ausência de Gesner Oliveira, presidente da Sabesp na época da assinatura do contrato com a prefeitura, e de Marcello Xavier Veiga, superintendente da Sabesp, a sessão havia sido suspensa por alguns minutos para que os vereadores discutissem que providências seriam tomadas em relação ao pedido de Police Neto. A polêmica envolveu o vereador Andrea Matarazzo (PSDB), que chamou o colega de “vagabundo” e disse que a CPI não tinha a menor consequência. Dilma Pena, atual presidente da companhia, que prestaria depoimento no dia, declarou que a comissão era “teatrinho”. A conversa ocorreu antes de Dilma começar a ser ouvida. O áudio vazou uma semana depois.
Nesta manhã, Police Neto perguntou a Láercio Benko (PHS), presidente da CPI, se alguma medida havia sido tomada em relação ao "flagrante da falta de decoro" de Mararazzo. Benko declarou que a corregedoria tomaria as providências necessárias, mas argumentou que, apesar da ofensa, houve retratação por parte do parlamentar tucano. Mas enfatizou que era um direito de Police Neto colocar o assunto em discussão.
— Eu, pessoalmente, me sinto contemplado com pedido de desculpas.
Em resposta, o vereador do PSD destacou que o fato repercutiu amplamente na imprensa, chegando a listar o número de veículos em que a notícia foi veiculada. Ele ainda questionou Benko.
— Minha pergunta é: você acha que foi reparado o dano?
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Benko respondeu dizendo que não via motivo para que a CPI tratasse do assunto paralelamente, mas que "se o coletivo decidir por isso", ele estaria de acordo.
Police Neto argumentou, então, que como as ofensas ocorreram durante um encontro na Câmara "se a Corregedoria da Casa optar pelo silêncio e desconhecimento do que aconteceu no plenário", ele entraria com um requerimento formal, pedindo um posicionamento da comissão.
Na avaliação de Benko, é importante que a CPI "não perca o foco".
— Particularmente, entendo que Andrea Matarazzo já se desculpou publicamente e a Corregedoria vai tomar as providências. Esse é um problema importantíssimo para a Corregedoria, e não para a CPI, que tem que tratar de água.
Os dois convidados para prestar depoimento nesta manhã justificaram a ausência e declararam que vão comparecer em outra ocasião. A nova data foi marcada para o dia 5 de novembro, segundo informação da Câmara Municipal.