No julgamento do ex-seminarista e publicitário Gil Rugai, 29 anos, previsto para começar na próxima segunda-feira (18), defesa e acusação vão apresentar aos sete jurados, no plenário dez do Fórum Criminal da Barra Funda, um réu com perfis totalmente distintos. O ex-seminarista é acusado de matar a tiros o pai, Luiz Carlos Rugai, e a madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, em 2004, na casa onde o casal morava, em Perdizes, zona oeste de São Paulo.
Os advogados do rapaz mostrarão um jovem em harmonia com a família, inclusive com a madrasta. Já a acusação destacará o lado dissimulado e desequilibrado de Gil Rugai, alguém capaz de posar com uniforme nazista, como mostra uma foto incluída processo.
Na avaliação do promotor Rogério Zagallo, as provas reunidas nos autos são suficientes para responsabilizar o ex-seminarista pelos assassinatos.
— O autor desse crime tem nome e sobrenome: Gil Rugai. Não há como ser outra pessoa. Eu tenho uma sequência de provas, uma somatória de provas que levam exclusivamente a ele.
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Segundo o representante do Ministério Público, duas provas são fundamentais para incriminar o acusado: a arma encontrada no poço de armazenamento de água de chuva do prédio onde o rapaz tinha escritório e o pé direito do réu, que, segundo Zagallo, o coloca na cena do crime.
A investigação concluiu que Luiz Carlos se trancou na sala de TV para tentar se proteger do assassino. Uma marca encontrada pela perícia indica que o criminoso arrombou a porta com o pé. A acusação vai explorar que o tamanho do pé e o tipo de sapato são compatíveis com o de Gil Rugai.
Ao seu instrutor particular de voo, Luiz Carlos contou que teria ouvido o filho dizer: “Pai, me ajuda, na minha cabeça, só tenho intenção de te ferrar”. De acordo com o promotor, a partir daí, o pai passou a demonstrar extremo receio e medo, fazendo com que, inclusive, fossem trocadas todas as fechaduras da casa e fossem instaladas câmeras de segurança. No momento do duplo homicídio, elas estavam inoperantes.
No julgamento que começa na próxima segunda-feira (18), a promotoria pretende usar o depoimento de um vigia da rua onde moravam as vítimas. Ele diz que, na noite dos crimes, viu dois homens saírem da casa dos Rugai depois dos tiros e que não tinha como se enganar porque já viu o indivíduo diversas vezes. Um deles era o ex-seminarista, segundo relato da testemunha à polícia.
Os advogados do réu vão alegar que o vigia que diz ter visto o acusado não conseguiria enxergá-lo a partir da guarita e que, ao depor, deu versões contraditórias.
Os defensores questionarão ainda as provas da acusação. Vai mostrar também um bilhete escrito por Gil Rugai na cadeia, em que ele implora ajuda para encontrar o culpado pelos assassinatos. Os advogados irão insistir que o rapaz conta com o apoio da família.
Procurada pela Rede Record e pelo R7, a defesa alegou que estava ocupada com o processo.
Assista ao vídeo:
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