Terminou, por volta das 21h desta quarta-feira (11), após quase 12 horas de sessão, em Guarulhos, na Grande São Paulo, o primeiro dia do júri do pagodeiro Evandro Gomes Correia Filho, acusado de matar a ex-mulher, Andréia Cristina Bezerra da Nóbrega, e de tentar matar o filho do casal, em 2008. O principal depoimento do dia foi do menino, que sobreviveu. Ele tinha seis anos na época e hoje tem 11.
Por cerca de 40 minutos, a criança respondeu às perguntas feitas sobre o dia do crime. Ele falou bem e relatou perfeitamente o que aconteceu. O teor do depoimento não foi revelado. O menino foi ouvido somente pela juíza, promotor, assistente de acusação, advogados de defesa de Evandro e pelos jurados.
Outras seis testemunhas de acusação e quatro de defesa também foram ouvidas nesta quarta-feira. Outras três testemunhas de acusação foram dispensadas.
O julgamento começou sem a presença de Evandro, que está foragido desde 2008. Segundo o advogado dele, Ademar Gomes, o cliente deve comparecer ao fórum nesta quinta-feira (12), para ser interrogado.
— Qualquer ser humano ficaria [foragido] ao ser acusado de um crime que não cometeu. Ficar trancafiado... Nós temos inúmeros casos aí de pessoas envolvidas [em crimes] com crianças que foram mortos em presídios.
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A Polícia Civil apurou que Evandro teria cortado a mangueira de gás durante uma discussão com a ex-mulher e a ameaçado a pular pela janela do terceiro andar com o filho. A principal evidência é uma filmagem de uma câmera de segurança que mostra o pagodeiro deixando o prédio após as vítimas caírem sem olhar para trás.
Para o promotor do caso, Rodrigo Merli, não há dúvidas de que Evandro teve culpa na morte de Andréia.
— O contexto vivenciado pelos personagens na época nos dão a certeza de que o enciumado naquela situação era o Evandro e não a Andréia.
Para quinta-feira, é aguardado o depoimento de mais seis testemunhas e o provável interrogatório do pagodeiro.