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Estamos abandonados, diz presidente do sindicato dos motoristas de ônibus sobre violência

Nesta quarta, todos os coletivos urbanos da capital paulista ficarão parados por 4 horas

São Paulo|Ana Cláudia Barros, do R7

Colado no paletó de Noventa, adesivo com a inscrição: "Queremos paz para trabalhar"
Colado no paletó de Noventa, adesivo com a inscrição: "Queremos paz para trabalhar" Colado no paletó de Noventa, adesivo com a inscrição: "Queremos paz para trabalhar"

A morte do motorista John Carlos Soares Brandão, que teve 80% do corpo queimado por criminosos enquanto trabalhava em uma linha da Viação Santa Brígida no mês passado, na zona norte de São Paulo, escancarou a violência enfrentada pela categoria. Diante da constância dos ataques a ônibus — só neste ano, foram 128 coletivos incendiados e 191, depredados —, os trabalhadores se sentem amedrontados. O presidente do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano), Valdevan Noventa, explica que a paralisação de quatro horas, marcada para esta quarta-feira (5), é uma forma de envolver a população no debate. De acordo com ele, o sentimento entre os integrantes da classe é de abandono.

— As autoridades estão acompanhando o que vem acontecendo com os trabalhadores em transporte ao longo dos anos. Portanto, até agora, estamos nos sentindo abandonados. A segurança não é o suficiente para nós. É preciso chamar não só a atenção das autoridades, mas também da sociedade para que todos se envolvam. Desta forma, vamos poder encontrar uma solução para esse problema que vem nos atingindo há algum tempo.

Segundo ele, o sindicato tem dialogado com o governo no sentido de diminuir os riscos enfrentados pelos profissionais do setor.

— Inclusive, devemos ter uma nova reunião com o secretário de segurança, mas colocamos o seguinte: todos conhecem e sabem o que vem ocorrendo. A polícia não esta aí? Está. Mas o que inibiu as pessoas de fazerem a maldade? Nada. Sabem que existe a Justiça, sabem que existe a polícia e continuam fazendo. Então, é preciso que a sociedade também se conscientize do papel dela. Talvez, não seja só segurança. A sociedade tem que fazer algo junto para coibir o que vem acontecendo. É usuário de ônibus que está tocando fogo em usuário de ônibus.

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Valdevan Noventa enfatiza que o discurso não está focado na defesa do patrimônio.

— Seja qual for o motivo, não é justo colocar fogo em ônibus. Não estamos defendendo o patrimônio. Estamos defendendo a vida. Da mesma forma que os trabalhadores podem ser atingidos, a população também pode. Ela está dentro do ônibus.

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Na avaliação do presidente do Sindmotoristas, deveriam ser criadas campanhas para conscientizar a sociedade.

— É preciso que o poder público faça uma campanha de conscientização da população, que coloque um número de telefone para denúncias. Quando se toca fogo em um ônibus vem a precariedade para o próprio usuário. É um ônibus a menos [...] Por qualquer motivo, toca-se fogo em ônibus. Parece que é bonito fazer isso. Qual o resultado? Resolve o problema? Não. Nós queremos uma solução.

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