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Estiagem histórica: comitê anticrise vai monitorar Sistema Cantareira

Ideia é monitorar nível dos reservatórios e previsão de chuva para evitar racionamento 

São Paulo|

Homem caminha em solo seco dentro da Represa Jaguari do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, interior paulista
Homem caminha em solo seco dentro da Represa Jaguari do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, interior paulista Homem caminha em solo seco dentro da Represa Jaguari do Sistema Cantareira, em Bragança Paulista, interior paulista

Diante da estiagem histórica no Sistema Cantareira e em meio à crescente disputa por água entre cidades da região de Campinas e a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), os governos estadual e federal decidiram instalar um comitê anticrise. A proposta é monitorar diariamente o nível dos reservatórios e a previsão de chuva a fim de evitar racionamento generalizado, nos dois lados, sem alterar o volume atual retirado das represas.

A medida, que deve ser anunciada nos próximos dias, foi a saída encontrada nesta quarta-feira (5), pela ANA (Agência Nacional de Águas), órgão federal, e pelo DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do Estado, para adiar a decisão sobre os pedidos do PCJ (Comitê das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e da Sabesp por um volume maior do banco de águas (reserva virtual) do Cantareira no período de escassez.

Ao todo, o manancial tem capacidade para produzir até 36 mil litros por segundo. Por contrato, a Sabesp tem direito a captar entre 24,8 mil litros (vazão primária) e 31 mil litros (secundária), quando há estoque de água. Já o PCJ retira entre 3 mil litros e 5 mil litros, respectivamente. Hoje, porém, mesmo com o sistema tendo apenas 20,9% da capacidade de armazenamento, a mais baixa em dez anos, a Sabesp continua captando água do banco, enquanto que o PCJ usa a cota mínima.

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Com cidades como Valinhos e Vinhedo já enfrentando racionamento de água, o Comitê do PCJ pediu à ANA e ao DAEE que a Sabesp pare de usar os 6 mil litros da reserva agora para que não falte água no período de estiagem do meio do ano. Nesta quarta, o grupo ganhou apoio dos Ministérios Públicos Federal e Estadual, que pediram aos dois órgãos a interrupção do uso do banco de águas pela Sabesp, como conta a promotora Alexandra Facciolli.

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— Nesse cenário hidrológico crítico, baixo índice pluviométrico, escassez de água, e risco iminente de desabastecimento, não é possível que a Sabesp continue com as vazões atuais, sendo que o volume de entrada hoje é de apenas 5 mil litros por segundo. Por isso estamos pedindo a revisão dessa regra, porque é uma situação excepcional.

Racionamento

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Fontes ligadas ao governo paulista, porém, afirmam que a adoção da medida proposta pelo MPE resultaria no imediato racionamento de água na Grande São Paulo, onde 47% da água vem do Cantareira. Para evitar o rodízio de abastecimento, a Sabesp lançou programa que dará 30% de desconto na conta para quem economizar ao menos 20%. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse que a medida deve ser suficiente para superar a estiagem até o dia 15.

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Mesmo assim, a companhia pediu à ANA e ao DAEE que os 3 mil litros de água destinados às cidades do PCJ sejam reduzidos pela metade para suprir uma possível escassez na região metropolitana de São Paulo, o que foi criticado pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB).

— Isso é inadmissível. É por isso que estamos aqui, para mostrar para a Agência Nacional de Águas que não existe a mínima possibilidade em diminuir essa vazão de 3 mil litros, que é uma vazão primária, ou seja, uma vazão para consumo humano.

Em análise

A Sabesp informou que "não comenta medidas em estudo e cumpre as determinações da ANA e do DAEE". As solicitações, contudo, serão avaliadas pelos dois órgãos responsáveis pela gestão dos recursos hídricos do Cantareira em conjunto com as prefeituras e a Sabesp dentro do comitê anticrise que será criado. 

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