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Falta de água em SP afeta bares na Vila Madalena

Sabesp confirma que reduziu a pressão de água no bairro como medida de redução no consumo

São Paulo|Do R7

Vila Madalena ficou lotada de turistas durante a Copa do Mundo
Vila Madalena ficou lotada de turistas durante a Copa do Mundo

Não foram só os turistas que desapareceram das noites da Vila Madalena após o término da Copa do Mundo. Dois dias depois da final do torneio, moradores e comerciantes do bairro da zona oeste de São Paulo viram também a água escassear nos imóveis durante a madrugada.

Assim como acontece em bairros da zona norte há mais de quatro meses, a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) passou a reduzir a pressão na rede de abastecimento da Vila Madalena, o que tem causado falta de água nas partes altas do bairro. A diminuição na pressão é uma das medidas usadas pela Sabesp para reduzir o consumo de água por causa da seca no Sistema Cantareira. A companhia confirma a medida e diz que vai aumentar a pressão nos próximos dias.

O desabastecimento mudou a rotina de alguns bares da região, que estão ficando sem água exatamente no período do dia em que há mais movimento e consumo de água. Um deles reduziu o horário de funcionamento e passou a servir bebidas em copos plásticos, para não precisar lavar os de vidro. Outro teve de contratar caminhão-pipa para encher a caixa d’'água.

Segundo donos e funcionários dos bares, a redução no abastecimento tem ocorrido das 21h às 6h do dia seguinte. Melquisedec Alves, de 38 anos, gerente do bar José Menino, confirma o ocorrido.


— Como nosso imóvel é antigo, a caixa d’'água é pequena e a gente fica sem abastecimento mais rápido.

O bar fica localizado na esquina das ruas Aspicuelta e Mourato Coelho, ponto mais movimentado durante a Copa. Sem ter água para lavar a louça, o bar decidiu servir os clientes em copos plásticos. 


— Preferimos deixar a reserva de água para ser usada nos banheiros.

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Para enfrentar o problema, o bar passou a fechar as portas à meia-noite, duas horas mais cedo do que o normal, e alterou o horário de entrada de um funcionário para o período da manhã.

— Ele costumava entrar às 17h, mas está chegando às 7h para lavar a louça acumulada.

Perto dali, no bar Salve Jorge, os copos plásticos também foram adotados, como explica o subgerente Altevir Fernandes, de 26 anos.

— A orientação é não ficar lavando pequenos objetos à noite. A gente deixa a louça acumular para a manhã seguinte.

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Os clientes não gostaram da mudança na forma de servir as bebidas. No bar José Menino, alguns reclamaram.

— Beber no copo de plástico na Vila Madalena é complicado, ainda mais pagando R$ 7 pelo chope — diz o analista de sistemas Vinicius Dourado, de 21 anos.

— É a primeira vez que vejo isso, e no copo de plástico, parece até que vem menos — afirma o empresário Michel Reis, de 24 anos.

Mais afetados

Os bares Quitandinha, Posto 6 e Comunidade da Villa, todos no mesmo quarteirão do José Menino e do Salve Jorge, também dizem ter sentido a redução no abastecimento de água. No bar Comunidade da Villa,Sérgio Melo, de 43 anos, proprietário do local, teve de contratar um caminhão-pipa na semana passada. 

— Chamei o caminhão para encher a caixa e não ter o risco de ficar sem água durante o horário de atendimento. Gastei R$ 450.

Proprietário de outros dois estabelecimentos na zona norte de São Paulo, Melo reclama da medida da Sabesp.

— Tenho um bar na Vila Maria que fica sem água durante o dia. Fico sem abastecimento para o banheiro. Imagina você ter de dar um balde para o cliente poder dar a descarga.

Casas

Embora os quarteirões mais afetados pela redução da pressão reúnam poucas casas, alguns moradores também reclamaram de desabastecimento nos últimos dias. A exemplo, a diarista Denise Silva, de 48 anos, que trabalha em uma casa na rua Mourato Coelho.

— Desde que começou, minha patroa já ligou três vezes para a Sabesp e eles dizem que não têm registro de nenhum problema aqui.

Morador de uma casa na mesma via, o aposentado Alberto Stevano, de 79 anos, reclamou da postura da Sabesp.

— Para mim, isso é um racionamento encoberto. Se for necessário para economizar, tudo bem, mas os moradores precisam ser avisados para se programarem.

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