"Ficou um pandemônio", diz PM sobre boato de toque de recolher em Osasco
Comércio e escolas fecharam no final da tarde da sexta-feira
São Paulo|com R7
Depois de mais 18 mortes em menos de 24 horas na Grande São Paulo, boatos de toque de recolher e medo de represálias de criminosos fizeram comerciantes fecharem as portas mais cedo na sexta-feira (26) em áreas da capital paulista e de Osasco, na Grande São Paulo. Empresas também liberaram funcionários antes do fim do expediente e pelo menos uma instituição de ensino cancelou as aulas.
O coronel Marcos Chaves, do Comando de Policiamento da Capital, disse que os boatos se intensificaram durante a tarde.
- Ficou um pandemônio.
Até no bairro onde ele mora houve boato de toque de recolher.
- Mandamos as viaturas checarem, mas nenhum caso era verídico.
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De acordo com o coronel, a partir da semana que vem, a polícia vai desencadear uma série de operações contra crimes como tráfico de drogas, roubo e homicídio.
- Estamos fazendo um planejamento diferenciado para colocar em prática depois das eleições.
Antes, a polícia havia atribuído o pânico a boatos da imprensa, como afirmou o capitão Rodrigo Cabral, da assessoria de comunicação da Polícia Militar, por volta das 18h.
- É a imprensa que fica criando pânico na população, sem apurar nem confirmar os fatos.
No mesmo horário, comerciantes da avenida dos Remédios, na zona oeste paulistana, fechavam os estabelecimentos uma hora antes do normal. Foi o caso de Lucélia Muniz, dona de um café no local.
- Os seguranças da rua vieram pedir para as funcionárias fecharem a loja porque ficaram sabendo do boato. E elas fecharam, assim como as lojas vizinhas.
Segundo ela, a movimentação nos arredores estava normal, mas o trânsito de helicópteros chamava a atenção.
Dados da SSP
Estatísticas divulgadas na quinta-feira (25) pelo governo mostram que o número de homicídios na capital paulista cresceu 96% em setembro deste ano, em comparação com o mesmo período de 2011. No Estado, a alta foi de 26,6% comparando os mesmos meses. Os casos de latrocínio (roubo seguido de morte) também dispararam - houve 225% mais casos na capital neste ano.