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Cracolândia: usuários relatam aumento de ações policiais após início de projeto e dizem ter “medo”

Mulher inscrita no programa denunciou que teve o pagamento roubado por policiais

São Paulo|ampsantos

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Duas semanas após a Prefeitura de São Paulo iniciar uma ação social na Cracolândia, o cenário na região é outro. Viaturas da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) ocupam as calçadas na alameda Dino Bueno e na rua Helvetia, dependentes químicos inscritos no programa caminham uniformizados e não há mais acúmulo de lixo. Mas quem deixou os barracos para ficar em hotéis pagos pelo município não está tão satisfeito assim
O R7 esteve no começo da tarde de quarta-feira (29) na Cracolândia para conversar com dependentes químicos e a avaliação de muitos deles não é tão positiva quanto era há duas semanas. A principal crítica é contra ações policiais que, segundo eles, não aconteciam com tanta frequência antes do começo da ação da prefeitura
Nenhum dos entrevistados quis ser identificado, por medo de represália. Uma mulher denunciou que teve o pagamento – cada inscrito recebe semanalmente pelo serviço de varrição de ruas e praças – roubado por policiais durante uma abordagem. — Eu não tenho como provar, mas já fui “tomada” pelos PMs sem ter feito nada. Me levaram todo dinheiro da primeira semana de serviço, na sexta-feira (24), R$ 120. Eu fui parada, tomei um enquadro, eles falaram que eu era traficante e que iam colocar droga em mim e falar que era minha
Na avaliação de uma colega dela, a situação nas ruas é de medo após uma operação do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), na última quinta-feira (23). Os agentes foram ao local para prender traficantes e precisaram usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. — Piorou, porque a polícia está oprimindo mais. Antes a polícia não vinha tanto. Na madrugada de domingo para segunda, veio a Força Tática também, do mesmo jeito que o Denarc  
Um homem relatou que os agentes públicos ameaçam mandar embora dos hotéis quem não trabalhar. Ainda segundo ele, os horários controlados deixam muitos dependentes insatisfeitos. De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, quem não retorna ao hotel até as 23h passa a madrugada na rua
Outra mulher, grávida, afirma que a mãe foi visitá-la no hotel e foi barrada. — Eles não deixam nem família entrar para visitar. Minha mãe ficou com o meu neném de um ano aqui fora, no sol. No meu barraco não tinha disso
Sobre a queixa dos horários a secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Luciana Temer, explicou que todos já haviam sido comunicados sobre isso. — Essa proposta de flexibilidade [do programa] a gente sabe que é importante para as pessoas. Mas vocês sabem também que essas pessoas estão alojadas em hospedagens privadas e há regras nos hotéis. Tem hospedaria que fecha às 23h. Quando nós acertamos essa hospedagem e encaminhamos as pessoas, elas saberiam que tinham que entrar no hotel até as 23h, porque é regra do hotel, não foi uma regra imposta pelo programa, mas por uma questão de convívio social
O secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto, complementou. — Essa condição das 23h tinha sido imposta pelo hotel do Cícero, que é aquele que fica na [rua] Helvetia, com a [alameda] Dino Bueno. Por conta disso, houve um pedido dos próprios participantes de que os outros hotéis aderissem também a esse horário, porque isso ajudaria no tratamento. Mas há sempre na portaria de cada hotel uma pessoa da entidade que analisa cada caso concreto.   A Polícia Militar foi procurada pela reportagem do R7 para falar sobre as denúncias de que policiais teriam roubado dinheiro de uma mulher inscrita no programa, mas não se pronunciou até o momento

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Duas semanas após a Prefeitura de São Paulo iniciar uma ação social na Cracolândia, o cenário na região é outro. Viaturas da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) ocupam as calçadas na alameda Dino Bueno e na rua Helvetia, dependentes químicos inscritos no programa caminham uniformizados e não há mais acúmulo de lixo. Mas quem deixou os barracos para ficar em hotéis pagos pelo município não está tão satisfeito assim
O R7 esteve no começo da tarde de quarta-feira (29) na Cracolândia para conversar com dependentes químicos e a avaliação de muitos deles não é tão positiva quanto era há duas semanas. A principal crítica é contra ações policiais que, segundo eles, não aconteciam com tanta frequência antes do começo da ação da prefeitura
Nenhum dos entrevistados quis ser identificado, por medo de represália. Uma mulher denunciou que teve o pagamento – cada inscrito recebe semanalmente pelo serviço de varrição de ruas e praças – roubado por policiais durante uma abordagem. — Eu não tenho como provar, mas já fui “tomada” pelos PMs sem ter feito nada. Me levaram todo dinheiro da primeira semana de serviço, na sexta-feira (24), R$ 120. Eu fui parada, tomei um enquadro, eles falaram que eu era traficante e que iam colocar droga em mim e falar que era minha
Na avaliação de uma colega dela, a situação nas ruas é de medo após uma operação do Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), na última quinta-feira (23). Os agentes foram ao local para prender traficantes e precisaram usar bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. — Piorou, porque a polícia está oprimindo mais. Antes a polícia não vinha tanto. Na madrugada de domingo para segunda, veio a Força Tática também, do mesmo jeito que o Denarc  
Um homem relatou que os agentes públicos ameaçam mandar embora dos hotéis quem não trabalhar. Ainda segundo ele, os horários controlados deixam muitos dependentes insatisfeitos. De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, quem não retorna ao hotel até as 23h passa a madrugada na rua
Outra mulher, grávida, afirma que a mãe foi visitá-la no hotel e foi barrada. — Eles não deixam nem família entrar para visitar. Minha mãe ficou com o meu neném de um ano aqui fora, no sol. No meu barraco não tinha disso
Sobre a queixa dos horários a secretária de Desenvolvimento e Assistência Social, Luciana Temer, explicou que todos já haviam sido comunicados sobre isso. — Essa proposta de flexibilidade [do programa] a gente sabe que é importante para as pessoas. Mas vocês sabem também que essas pessoas estão alojadas em hospedagens privadas e há regras nos hotéis. Tem hospedaria que fecha às 23h. Quando nós acertamos essa hospedagem e encaminhamos as pessoas, elas saberiam que tinham que entrar no hotel até as 23h, porque é regra do hotel, não foi uma regra imposta pelo programa, mas por uma questão de convívio social
O secretário de Segurança Urbana, Roberto Porto, complementou. — Essa condição das 23h tinha sido imposta pelo hotel do Cícero, que é aquele que fica na [rua] Helvetia, com a [alameda] Dino Bueno. Por conta disso, houve um pedido dos próprios participantes de que os outros hotéis aderissem também a esse horário, porque isso ajudaria no tratamento. Mas há sempre na portaria de cada hotel uma pessoa da entidade que analisa cada caso concreto.   A Polícia Militar foi procurada pela reportagem do R7 para falar sobre as denúncias de que policiais teriam roubado dinheiro de uma mulher inscrita no programa, mas não se pronunciou até o momento

Duas semanas após a Prefeitura de São Paulo iniciar uma ação social na Cracolândia, o cenário na região é outro. Viaturas da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana) ocupam as calçadas na alameda Dino Bueno e na rua Helvetia, dependentes químicos inscritos no programa caminham uniformizados e não há mais acúmulo de lixo. Mas quem deixou os barracos para ficar em hotéis pagos pelo município não está tão satisfeito assim

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