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Sem pátio para carros apreendidos, ruas de delegacias viram “ferro-velho” em SP

Na zona leste, empresário conta que veículo abandonado serviu de esconderijo para ladrão

São Paulo|Do R7

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Um ferro-velho em forma de estacionamento, em via pública. Esse é o cenário do entorno de diversas delegacias de São Paulo. O problema da falta de pátios para veículos apreendidos pela Polícia Civil se estende a cada dia e o número de carros enfileirados nos DPs só aumenta. Moradores e comerciantes reclamam que alguns deles chegam a passar anos no mesmo local.  Reportagem: Fernando Mellis, do R7
Morador da rua dos Camarés e vizinho do 9º DP (Carandiru), João Antônio Melo conta que “a disputa por estacionamento com a delegacia é desleal”. — A delegacia ocupa mais da metade das vagas daqui da rua. Sabemos que o problema não é nosso, nenhum morador tem culpa porque o Estado não tem pátios, mas acabamos pagando por isso. Sempre que recebo alguma visita já aviso que talvez não tenha como parar na minha rua
A rua do 9º Distrito Policial é curta e predominantemente residencial. Na quinta-feira (17), a reportagem contou mais de dez carros apreendidos estacionados. Um caminhão antigo faz parte dos veículos que ocupam espaço na via 
A situação se agrava nas proximidades do 22º Distrito Policial (São Miguel Paulista), na zona leste. A gerente de vendas Hilda Soares mora na região e diz que já se conforma com o cenário. — Sem esses carros, já seriam poucas as vagas para estacionar, porque aqui tem comércio e também a própria delegacia. Aí, foram acumulando os carros e ficou ainda pior. Agora quase não temos mais onde parar na rua
Um dos carros que está na rua do 22º DP foi transformado em um lixeiro. No pátio, não há mais espaço. O presidente do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) explica apenas carros apreendidos em ocorrências criminais ficam nas delegacias. Ainda de acordo com ele, o São Paulo não possui pátios para esses automóveis. — Tem muitos veículos que são apreendidos, que têm dono, que estão recolhidos porque a pessoa está internada em hospital, que não teve condições de buscar, ou que o seguro ainda não liberou. Tem casos em que o carro roubado foi adulterado e não é possível rastrear o dono. Existem diversas situações que fazem com que o carro fique “preso” na delegacia
No 50º Distrito Policial (Itaim Paulista) são mais de 20 carros estacionados em um trecho da rua Tibúrcio de Souza. Alan Rodrigues é proprietário de uma academia próxima e diz que ouve queixas constantes. — Uma cliente nossa contou que foi assaltada por um homem que estava escondido dentro de um carro desses, em pleno sábado, umas 16h. O cara levou a bolsa dela. Além do transtorno que as pessoas enfrentam aqui, até mesmo quem vai registrar uma ocorrência, tem o problema do aspecto visual, que não ajuda em nada
Dona de um salão em frente à academia, a cabeleireira Francis Alves Silva diz que há cerca de três anos a vizinhança sofre com os automóveis abandonados. Segundo ela, nos últimos meses a situação piorou. — Recebo muitas reclamações de clientes que não conseguem estacionar aqui perto. Tem até um carro em cima da faixa de pedestres. Ninguém consegue atravessar na faixa por causa disso
O delegado George Melão argumenta que o problema persiste em “quase todas as delegacias” do Estado. — Algumas têm mais carros e outras menos. Isso é um grande problema para o delegado e para a equipe de policiais que lá está. Porque se desaparece alguma peça, se furtam, ou se o próprio carro é furtado, danificado, acaba a responsabilidade passando para o delegado de polícia e equipe, que vão responder a processo administrativo na corregedoria, indevidamente
Em nota, a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou que fez pregão eletrônico no último dia 11 para contratar quatro novos pátios, usados para depositar carros sob custódia dos DPs. A licitação está na fase em que as empresas podem apresentar recurso. “Após a assinatura do contrato, as empresas vencedoras têm até 90 dias para abertura dos novos pátios”, acrescentou a pasta. A Coordenação das Subprefeituras informou que carros apreendidos são de responsabilidade da SSP. Os fiscais verificam, mas não podem guinchar automóveis envolvidos em crimes ou com pendências judiciais
No começo do ano, a SSP começou a destruir mais de 13 mil carros apreendidos criminalmente. Eles estavam no pátio Santo Amaro. Antes de compactar as carcaças, alguns itens, como baterias e pneus, são retirados. O delegado George Melão esclarece que carros que possuem dono, por exemplo, ou que ainda possam ser reaproveitados de alguma forma, não estão incluídos. De acordo com ele, muitos automóveis estão nessa situação

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Um ferro-velho em forma de estacionamento, em via pública. Esse é o cenário do entorno de diversas delegacias de São Paulo. O problema da falta de pátios para veículos apreendidos pela Polícia Civil se estende a cada dia e o número de carros enfileirados nos DPs só aumenta. Moradores e comerciantes reclamam que alguns deles chegam a passar anos no mesmo local.  Reportagem: Fernando Mellis, do R7
Morador da rua dos Camarés e vizinho do 9º DP (Carandiru), João Antônio Melo conta que “a disputa por estacionamento com a delegacia é desleal”. — A delegacia ocupa mais da metade das vagas daqui da rua. Sabemos que o problema não é nosso, nenhum morador tem culpa porque o Estado não tem pátios, mas acabamos pagando por isso. Sempre que recebo alguma visita já aviso que talvez não tenha como parar na minha rua
A rua do 9º Distrito Policial é curta e predominantemente residencial. Na quinta-feira (17), a reportagem contou mais de dez carros apreendidos estacionados. Um caminhão antigo faz parte dos veículos que ocupam espaço na via 
A situação se agrava nas proximidades do 22º Distrito Policial (São Miguel Paulista), na zona leste. A gerente de vendas Hilda Soares mora na região e diz que já se conforma com o cenário. — Sem esses carros, já seriam poucas as vagas para estacionar, porque aqui tem comércio e também a própria delegacia. Aí, foram acumulando os carros e ficou ainda pior. Agora quase não temos mais onde parar na rua
Um dos carros que está na rua do 22º DP foi transformado em um lixeiro. No pátio, não há mais espaço. O presidente do Sindpesp (Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo) explica apenas carros apreendidos em ocorrências criminais ficam nas delegacias. Ainda de acordo com ele, o São Paulo não possui pátios para esses automóveis. — Tem muitos veículos que são apreendidos, que têm dono, que estão recolhidos porque a pessoa está internada em hospital, que não teve condições de buscar, ou que o seguro ainda não liberou. Tem casos em que o carro roubado foi adulterado e não é possível rastrear o dono. Existem diversas situações que fazem com que o carro fique “preso” na delegacia
No 50º Distrito Policial (Itaim Paulista) são mais de 20 carros estacionados em um trecho da rua Tibúrcio de Souza. Alan Rodrigues é proprietário de uma academia próxima e diz que ouve queixas constantes. — Uma cliente nossa contou que foi assaltada por um homem que estava escondido dentro de um carro desses, em pleno sábado, umas 16h. O cara levou a bolsa dela. Além do transtorno que as pessoas enfrentam aqui, até mesmo quem vai registrar uma ocorrência, tem o problema do aspecto visual, que não ajuda em nada
Dona de um salão em frente à academia, a cabeleireira Francis Alves Silva diz que há cerca de três anos a vizinhança sofre com os automóveis abandonados. Segundo ela, nos últimos meses a situação piorou. — Recebo muitas reclamações de clientes que não conseguem estacionar aqui perto. Tem até um carro em cima da faixa de pedestres. Ninguém consegue atravessar na faixa por causa disso
O delegado George Melão argumenta que o problema persiste em “quase todas as delegacias” do Estado. — Algumas têm mais carros e outras menos. Isso é um grande problema para o delegado e para a equipe de policiais que lá está. Porque se desaparece alguma peça, se furtam, ou se o próprio carro é furtado, danificado, acaba a responsabilidade passando para o delegado de polícia e equipe, que vão responder a processo administrativo na corregedoria, indevidamente
Em nota, a SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) informou que fez pregão eletrônico no último dia 11 para contratar quatro novos pátios, usados para depositar carros sob custódia dos DPs. A licitação está na fase em que as empresas podem apresentar recurso. “Após a assinatura do contrato, as empresas vencedoras têm até 90 dias para abertura dos novos pátios”, acrescentou a pasta. A Coordenação das Subprefeituras informou que carros apreendidos são de responsabilidade da SSP. Os fiscais verificam, mas não podem guinchar automóveis envolvidos em crimes ou com pendências judiciais
No começo do ano, a SSP começou a destruir mais de 13 mil carros apreendidos criminalmente. Eles estavam no pátio Santo Amaro. Antes de compactar as carcaças, alguns itens, como baterias e pneus, são retirados. O delegado George Melão esclarece que carros que possuem dono, por exemplo, ou que ainda possam ser reaproveitados de alguma forma, não estão incluídos. De acordo com ele, muitos automóveis estão nessa situação

Um ferro-velho em forma de estacionamento, em via pública. Esse é o cenário do entorno de diversas delegacias de São Paulo. O problema da falta de pátios para veículos apreendidos pela Polícia Civil se estende a cada dia e o número de carros enfileirados nos DPs só aumenta. Moradores e comerciantes reclamam que alguns deles chegam a passar anos no mesmo local.  Reportagem: Fernando Mellis, do R7

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