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GCM é preso sob suspeita de participação em chacina de 5 jovens, e polícia investiga emboscada

Morte de Guarda Municipal de Santo André em tentativa de roubo pode ter motivado matança

São Paulo|André Caramante, da TV Record, especial para o R7

Jovens saíram da zona leste de São Paulo para encontrar garotas que conheceram pela internet em Ribeirão Pires
Jovens saíram da zona leste de São Paulo para encontrar garotas que conheceram pela internet em Ribeirão Pires Jovens saíram da zona leste de São Paulo para encontrar garotas que conheceram pela internet em Ribeirão Pires

Um guarda-civil foi preso sob a suspeita de participação no sequestro e assassinato dos cinco jovens encontrados mortos no último domingo (6), em uma mata em Mogi das Cruzes (Grande SP), após desaparecerem em 21 de outubro, na zona leste de São Paulo. Outros dois guardas são investigados.

A polícia apura se os jovens foram atraídos para uma embosca.

Essa linha de investigação tem relação com a morte Rodrigo Lopes Sabino, 30 anos, GCM de Santo André (Grande SP). Sabino era agente de segurança de Oswana Fameli, prefeita em exercício da cidade no ABC paulista.

A suspeita é que a festa em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo, para a qual iam os jovens quando desapareceram, tenha sido uma armadilha para atrair e matar um dos cinco amigos: Caique Henrique Machado Silva, a quem guardas-civis de Santo André atribuíam a morte do GCM Rodrigo.

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De acordo com as investigações, os guardas-civis teriam usado falsos perfis femininos no Facebook para chamar o jovem à festa. 

Caíque e seus amigos César Augusto Gomes Silva, 19 anos, Jonathan Moreira Ferreira, 18, Robson Fernando Donato de Paula, 16, e Jonas Ferreira Januário, 30, foram encontrados mortos em um matagal na Estrada Taquarussu. Os corpos estavam em covas rasas e cobertos com cal (para acelerar o processo de decomposição).

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‘Demônios daqui’

O GCM Rodrigo foi morto com um tiro na nuca, durante uma tentativa de roubo, por volta das 5h de 24 de setembro, no Jardim Ana Maria (Santo André), quando chegava em casa, na rua Miragaia. Ele havia trabalhado para a Prefeitura de Santo André durante o dia 23 e, à noite e na madrugada, fez “bico” (serviço extra-corporação) como segurança.

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Horas depois, o carro do guarda (um Palio Weekend) foi encontrado, em chamas, na rua Flores da Primavera, no Jardim Rodolfo Pirani, distante cerca de 6 km do local do crime contra Sabino. A Flores da Primavera fica a 1 km da casa de um dos cinco jovens encontrados mortos na mata de Mogi das Cruzes.

Em um vídeo gravado por outros guardas civis municipais de Santo André, no local onde o carro de Sabino ainda estava em chamas, um deles disse: “São os demônios daqui [que cometeram o crime]”. Na gravação, é possível ouvir uma comunicação por rádio e a citação do nome Romu 31, que é a Rondas Ostensivas Municipais, um destacamento da Guarda Civil Municipal de Santo André.

O carro usado pelos criminosos que atacaram Sabino também acabou localizado pela polícia após o crime. Era um Fiat Uno, de cor escura, registrado em nome de um auxiliar de cozinha.

Nesta quarta-feira (9), familiares de um dos cinco jovens afirmaram aos investigadores do caso que ele passou a ser ameaçado recentemente pelo parente de um GCM.

A suspeita dos investigadores do DHPP e da Corregedoria da Polícia Militar é que PMs e GCMs possam ter formado um grupo de extermínio para vingar a morte do guarda Sabino, exatamente como ocorreu em agosto de 2015 nas cidades de Osasco, Barueri, Itapevi e Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ao todo, entre os dias 8 e 13 de agosto de 2015, 32 pessoas foram mortas nas cinco cidades, em 23 casos distintos, que também deixaram nove feridos.

Para o governo de São Paulo, 25 dessas 32 pessoas foram mortas em 14 atentados que foram retaliações pelos assassinatos do cabo da PM Ademilson Pereira de Oliveira, em 7 de agosto, e de Jefferson Luiz Rodrigues da Silva, GCM de Barueri, em 12 de agosto de 2015. Nesses mesmos 14 atentados (quatro em 08 de agosto e dez no dia 13), outras sete vítimas foram feridas a tiros.

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