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Governo de São Paulo deu aval a cartel no metrô, diz jornal

Multinacional Siemens mostrou documentos para comprovar denúncia

São Paulo|Do R7

O governo de São Paulo deu aval à formação de um cartel para licitações de obras no Metrô, de acordo com reportagem da Folha de S. Paulo desta sexta-feira (2). 

Segundo o jornal, a multinacional Siemens apresentou às autoridades brasileiras documentos nos quais afirma que o governo estava ciente e autorizou o esquema. 

A negociação com representantes do Estado, segundo a multinacional, está registrada em "diários" apresentados pela empresa ao Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).

Em julho, a Siemens fez uma denúncia ao Cade sobre a existência de um cartel para compra de equipamento ferroviário, além de construção e manutenção de linhas de trens e metrô em São Paulo e no Distrito Federal. 


A multinacional de engenharia fazia parte do cartel e fez um acordo com o qual pode ter imunidade, caso o cartel seja confirmado e punido.

Segundo a Siemens, o cartel foi formado em 2000 e envolve a linha 5 do Metrô de São Paulo. À época, o Estado era governado por Mário Covas (PSDB). 


O Cade afirma que o esquema foi mantido no governo do sucessor de Covas, Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2001 e 2006, e no primeiro ano de José Serra (PSDB), em 2007.

Segundo a Siemens, o cartel foi formado em 2000 e envolve a linha 5 do Metrô de São Paulo. À época, o Estado era governado por Mário Covas (PSDB). 


O Cade afirma que o esquema foi mantido no governo do sucessor de Covas, Geraldo Alckmin (PSDB), entre 2001 e 2006, e no primeiro ano de José Serra (PSDB), em 2007.

O secretário de transportes no governo Covas, entre 1995 e 2001, Cláudio de Senna Frederico, afirmou que não teve conhecimento da formação de cartel.

A gestão atual, de Alckmin, diz que, se confirmado o cartel, pedirá a punição dos envolvidos. Serra não foi localizado pela reportagem. O documento entregue pela Siemens aponta o aval do governo sobre um acerto entre empresas.

Chamado de "grande solução", o acerto era, segundo os papéis, o oferecimento de “tranquilidade na concorrência” das obras. O objetivo era formar um consórcio único para ganhar a licitação e depois subcontratar empresas perdedoras. Isso, de fato, ocorreu.

No documento, de fevereiro de 2000, os executivos da Siemens descrevem reuniões para a constituição do cartel. Em um desses encontros, é relatado que "o fornecimento dos carros [trens] é organizado em um consórcio 'político'. Então, o preço foi muito alto".

Um executivo da Siemens chega a dizer que "consórcio combinado, então, é muito bom para todos os participantes”.

A multinacional diz que um acordo permitiu ampliar em 30% o preço pago em outra licitação para manutenção de trens da CPTM.

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