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Haddad exalta ações contra corrupção e na Cracolândia, mas pede “ajuda” da União

Em entrevista à Record News, prefeito vê dívida “impagável” sem alteração na legislação

São Paulo|Do R7, com Record News

Haddad fez uma avaliação dos avanços da sua gestão em SP
Haddad fez uma avaliação dos avanços da sua gestão em SP Haddad fez uma avaliação dos avanços da sua gestão em SP

O prefeito Fernando Haddad avaliou os avanços e problemas da sua gestão em São Paulo nos primeiros 13 meses de mandato na noite desta terça-feira (4). Em entrevista à Record News, o chefe da gestão municipal procurou exaltar com ênfase duas frentes adotadas sob sua tutela: o combate à corrupção na capital paulista e a busca de uma solução para a Cracolândia.

Sobre o primeiro tema, Haddad relembrou que a criação da CGM (Controladoria-Geral do Município), no início do ano passado, foi decisiva para a descoberta de pelo menos dois grandes esquemas de corrupção na gestão municipal: a máfia do ISS (Imposto sobre Serviços) e os desvios de dinheiro do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

Na opinião, do prefeito, o caso do ISS – o primeiro a ser descoberto – não será esquecido tão cedo.

— Será um caso que será lembrado por muitos anos e que tem origem na criação de um órgão de combate a corrupção, em 2013, chamado CGM. Ao contrário de uma Ouvidoria ou Corregedoria, a Controladoria não presta contas ao chefe do Executivo. Ela investiga sem pedir licença e estabelece convênios com os órgãos de controle, com um grau de independência pleno. Ela usa a inteligência instalada no Estado para apurar e, mediante cruzamento de banco de dados, identificar irregularidades.

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Os quatro servidores municipais que seriam os líderes dos dois esquemas de corrupção possuíam itens de valor impossíveis a um funcionário público da cidade.

— Eles tinham patrimônio acumulado pessoal da ordem de R$ 80 milhões. Como quatro fiscais públicos podem ter iate, carro importado de última geração, flats em prédios caríssimos, pousadas em praias paradisíacas? Isso servidor público não consegue acumular (...). O Brasil também não aceita mais corruptores. Atrás de todo o corrupto tem um corruptor, que raramente é investigado no nosso País, e agora não. Caso em SP mostrou que é possível identificar esses corruptores, como uma lei agora autoriza o Poder Público a aplicar multas milionárias a empresas que corromperam servidores públicos.

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Já sobre a Operação Braços Abertos, lançada por Haddad para resolver o problema da Cracolândia no centro de São Paulo, o prefeito disse que o balanço é positivo até o momento. Segundo dados repassados por ele, 292 pessoas de um total de 310 integraram o programa logo na primeira semana, com uma queda na semana seguinte e uma nova subida de participantes na sequência. Haddad diz que a cidade já está trabalhando na troca de experiência e de tecnologia com outros municípios do Brasil e do mundo.

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O prefeito ainda procurou considerar “um ponto fora da curva” a operação da Polícia Civil que criou um constrangimento entre a gestão municipal e o governador do Estado, Geraldo Alckmin. Haddad disse que uma prova de que a operação está funcionado é que pelo menos 25 traficantes já foram presos desde o início dos trabalhos na Cracolândia.

— Na mesma noite liguei para o governador, e ele reiterou a parceria com a prefeitura se manteria. Porque bomba e bala de borracha em cima de assistente social, tinham agentes de saúde, trabalhadores, não tem cabimento. Nosso combate é ao traficante. Quando você separa a pessoa doente, que precisa ser tratada, do traficante, que quer fazer dinheiro, a ação da PM foi facilitada. Aquela operação causou um constrangimento muito grande, mas não vai acontecer mais. Esse é o pacto que temos com o governo do Estado.

Entretanto, nem tudo saiu como Haddad gostaria nesses primeiros 13 meses de governo. Um dos pontos centrais do trabalho dele nos bastidores é obter a troca do indexador da dívida do município com o governo federal. Nos moldes atuais, ele considera a dívida – estimada entre R$ 50 bilhões e R$ 80 bilhões, segundo fontes diversas – impagável.

— É como se uma pessoa que ganhasse um salário de R$ 4.000 por mês devesse R$ 100 mil ao banco. É muito difícil alguém assim pagar. É a União que tem essa dívida de SP. É impagável.

Ele completa:

— Na administração pública o clima é sempre esse, não tem amizade. Agora há uma lei importante no Senado para ser votada, em torno da mudança do indexador. É absolutamente justo. Como é que a Prefeitura de São Paulo pode pagar uma taxa de juro que é o dobro do que a União paga para arrolar a sua própria dívida? Ou seja, a União está enriquecendo às custas de SP e de outros 175 municípios. É uma coisa que não tem pé nem cabeça. O mercado financeiro está dizendo que essa mudança de indexador compromete as contas públicas, mas isso não é verdade. Até esclarecer que isso não tem impacto fiscal, está aí essa postergação dessa decisão imprescindível para São Paulo.

Haddad falou ainda sobre outros temas importantes para a capital paulista, como a inspeção veicular, o aumento do IPTU, a presença de táxis nos corredores e faixas exclusivas de ônibus, os incentivos para a zona leste, e os gastos com a Copa do Mundo.

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