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“Inquérito vai levar meses”, diz delegado que investiga tragédia na Régis

Procedimento para ouvir todas as vítimas será demorado, adianta delegado do caso

São Paulo|Thiago de Araújo, do R7

Veículo da Viação Penha ficou completamente destruído na Régis
Veículo da Viação Penha ficou completamente destruído na Régis Veículo da Viação Penha ficou completamente destruído na Régis

O delegado Flavio Luiz Teixeira, da delegacia de São Lourenço da Serra (SP), acredita que o inquérito policial da tragédia com um ônibus da Viação Nossa Senhora da Penha que caiu em uma ribanceira na madrugada de domingo (22), na rodovia Régis Bittencourt, deve levar meses para ficar pronto. Quinze pessoas morreram e 12 continuam internadas.

Teixeira assumiu o caso nesta segunda-feira (23). Em entrevista ao R7, o delegado explicou que a necessidade de ouvir todas as vítimas – 32 passageiros ficaram feridos – vai tomar mais tempo até mesmo do que o prazo para a conclusão de todos os laudos técnicos e científicos. Nenhuma vítima será intimada a depor, mas deverão receber cartas precatórias, para que deem os seus testemunhos, os quais serão anexados ao inquérito.

— Pedimos para a Polícia Cientifica uma agilidade nos laudos. Se não houvesse essa questão dos precatórios que terei que enviar, acredito que em até um mês eu conseguiria concluir o inquérito, mas a carta precatória, por mais boa vontade que a autoridade policial tenha nos outros Estados, é uma coisa demorada mesmo. De semanas a conclusão deve levar alguns meses.

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Como boa parte dos envolvidos na tragédia mora no Paraná ou no Rio de Janeiro, o processo tende a ser demorado. O delegado disse que uma vítima já foi ouvida, além do próprio motorista já indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal, mas que, por estar dormindo no momento do acidente, pouco acrescentou às investigações. Na visão dele, é preciso preservar o momento de quem sobreviveu.

— A gente não quer intimar uma vítima que acabou de passar por um momento traumático. A maioria quer ficar com seus entes queridos nesse período de festas e a gente entende perfeitamente isso. Se alguma vítima ou familiar quiser vir até a delegacia, ela está aberta, se precisar de algum documento ou precisar de alguma orientação legal sobre o inquérito, a gente está aqui para isso. Caso não venham, não iremos intimar pessoas do Paraná ou do Rio de Janeiro para virem aqui. Nós vamos mandar carta precatória, que é o expediente que vai prolongar um pouco mais o inquérito, mas vai preservar as vítimas.

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Pelos elementos de momento, o responsável pelas investigações reforça a tese de que tudo não passou de uma fatalidade. Entretanto, todas as frentes serão esgotadas, mesmo a polícia tendo conhecimento de que o condutor do ônibus não apresenta do seu histórico algum acidente grave ou conduta irregular.

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— Coisa grave não, com vítima, não teve. Nós não temos nada registrado disso e foi perguntado a ele, que disse que não possui nenhuma ocorrência. Ele já exerce essa profissão há mais de 20 anos.

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Às famílias das vítimas que esperam por Justiça para os entes que perderam a vida no acidente, o delegado pede paciência. Por enquanto, ele descarta a possibilidade do motorista ser preso pelo acidente, por falta de elementos para justificar tal medida.

— O próprio Código de Trânsito Brasileiro dita que, nesses casos, tanto no acidente automotor com vítimas quanto na lesão corporal, quando o autor permanece no local, tenta ajudar as vítimas, chama por socorro, se dispõe a ajudar na investigação, a gente não pede a prisão dessa pessoa. Acredito que a revolta das famílias é normal, é um fato recente e a dor é muito grande, mas a gente não pode procurar punição a qualquer preço e às vezes... pelo que senti do motorista, ele está se punindo mais do que se fosse preso. Ele está muito abalado com o que aconteceu e, por enquanto, não há algo que mostre que isso foi mais do que uma fatalidade. Ele vai responder por essa fatalidade, a gente não pode esquecer isso, ele vai responder por dois crimes.

O acidente

O ônibus de turismo da Viação Nossa Senhora da Penha saiu de Curitiba (PR) às 20h15 de sábado (21) com destino ao Rio de Janeiro. Por volta das 2h deste domingo, o coletivo saiu da pista e caiu em uma ribanceira de cerca de 50 metros. O acidente aconteceu no km 299, sentido São Paulo, em São Lourenço da Serra, na região metropolitana de São Paulo.

A Viação Nossa Senhora da Penha divulgou, no fim da tarde de domingo, uma nota em que lamenta o acidente. A viação disse que está prestando todo o apoio necessário às vítimas e familiares.

A empresa declarou ainda que providenciou transporte para os passageiros que puderam seguir viagem e disponibilizou hotéis, despesas com deslocamentos aéreos e terrestres aos parentes das vítimas que estão no hospital. Um telefone gratuito foi disponibilizado para mais informações: 0800-646 2122.

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